Vacinação cobre 88% do rebanho bovino no Ceará

A segunda etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa alcançou índice de 88,4%. O número representa a maior porcentagem já alcançada em segundas etapas no histórico de campanhas do Ceará. O número foi anunciado durante coletiva de imprensa concedida pelo titular da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), Camilo Santana, que adiantou acreditar não haver possibilidade do Estado permanecer na classificação de Zona de Risco Desconhecido, diante das ações adotadas para melhorar a estrutura de vigilância agropecuária. "Todas as exigências do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) foram cumpridas. Fizemos concurso público, ampliamos o número de agências da Agência de Defesa Agropecuária do Estado (Adagri), fazemos ações pós-campanha e aplicamos multa, algo que não era feito anteriormente", lista. O percentual indica que 2,074 milhões de cabeças de gado foram vacinadas. O rebanho bovino cearense possui, hoje, 2,3 milhões de cabeças. A primeira etapa da campanha teve um índice um pouco menor, 85,8%. O resultado anunciado ontem é considerado animador pois o índice da segunda etapa é historicamente menor do que o da primeira, considerando que ainda há uma cultura forte entre os pecuaristas de que não é necessário vacinar durante o período seco e que a vacina emagrece ou provoca abortos. Nesta segunda etapa, seis municípios alcançaram o índice de 100% do rebanho vacinado: Barroquinha, Chaval, Maracanaú, Martinópole, Piquet Carneiro e Uruoca. Além disso, somente três municípios ficaram abaixo do que é exigido pelo Mapa. Fortaleza, Caucaia e Itapiúna ficaram com imunização abaixo de 80%. Um número bem menor se comparado com os 39 municípios que ficaram com imunização abaixo do esperado na primeira etapa. Tolerância zero Agora serão realizadas ações pós-campanha junto aos inadimplentes. Quem não vacinou terá que pagar multa de cerca de R$ 12 por animal e será feita a vacinação assistida de quem não cumpriu as exigências da SDA. Camilo Santana também foi enfático ao dizer que os produtores têm a obrigação de saber que a vacinação deve ser feita duas vezes por ano. "O valor da vacina é, em média, R$ 1,20, o que é um valor pequeno em relação à multa a ser cobrada e mesmo aos prejuízos que um surto da doença poderia causar. Sabemos que muitos prefeitos subsidiam ou até fornecem as vacinas para os pecuaristas. Mas a obrigação de vacinar é do dono do rebanho. Fizemos a segunda etapa sem prorrogação de prazo e queremos continuar assim", ressalta Camilo Santana. Nova classificação A perspectiva da sair da Zona de Rico Desconhecido para Zona de Risco Médio é grande, mas até o momento não se sabe quando o Ministério fará o anúncio. O resultado da auditoria realizada em agosto só foi enviado no início de novembro. "Há um compromisso acordado entre o Estado e o Mapa para que haja uma definição até o fim do ano. Ninguém está tão ansioso para ter este resultado quanto eu", diz o secretário. Na avaliação de novembro, o Mapa apontou 19 itens para os quais o Ceará deveria apresentar um plano de ação, que segundo Camilo Santana foi encaminhado na semana passada. A avaliação apontava a necessidade de realização de auditorias internas, aumentar o quadro de pessoal e promover maior capilaridade no Interior. "Mas muitas das coisas apontadas pelo Mapa já haviam sido implantadas entre agosto e novembro. Temos hoje 25 agências da Adagri, mas estamos fazendo convênio com 145 prefeituras para criar escritórios de atendimento à comunidade. Vamos trabalhar para que nenhum município fique descoberto". Caso o Estado passe a ser classificado como Risco Médio, caem as restrições comerciais do rebanho cearense para outros estados. "Acreditamos que a mudança também vai fazer com que exemplares de outros Estados participem de exposições agropecuárias aqui, como a Expocrato. O Ceará é referência na área genética de ovinos e caprinos, e a classificação vai permitir que estes animais saiam do Ceará e melhorem a qualidade genética destes animais", disse Santana. A meta da SDA é para que, até o fim de 2010, o Ceará seja considerado Zona Livre de Aftosa com Vacinação, o que permitirá exportação.

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