Setor quer eliminação da tarifa sobre glifosato para baixar custos de produção

A redução da tarifa antidumping aplicada sobre o glifosato importado da China, de 2,9% para 2,1%, é considerada insuficiente pelo setor agropecuário, que defende a eliminação desta alíquota para baratear o preço desta matéria-prima, utilizada na fabricação de defensivos usados em culturas como soja, milho e algodão, e amenizar os custos de produção. Segundo Rosemeire dos Santos, assessora técnica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o preço desta matéria-prima, usada na fabricação de defensivos agrícolas, teve aumento de 100% da safra anterior (2007/2008) para a atual (2008/2009), passando de R$ 11 para R$ 23 por litro. “Foi o insumo que mais aumentou”, afirma. A decisão de reduzir a tarifa foi recomendada ontem (3/2) pelo Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex/Camex), que encerrou o processo de revisão do direito antidumping aplicado nas importações do glifosato. A redução terá vigência por cinco anos e começa a valer a partir do dia 12 deste mês. Rosemeire dos Santos argumenta que o fim desta tarifa não desestimularia a implantação de indústrias de defensivos no País. “Estas indústrias investem aqui pelo potencial de produção da agricultura brasileira, que é a que mais demanda defensivos mundialmente, e não em função de um benefício transitório e questionável”, justifica. “As indústrias são parte interessada neste processo, pois se sentem prejudicadas com a taxação”, complementa a técnica. A tarifa antidumping sobre a aquisição do glifosato foi aplicada em 2003, com um percentual de 35,8%. A alíquota vigorou até fevereiro do ano passado, quando caiu para 11,7%, ainda durante o processo de investigação. Em julho do ano passado, houve nova redução para 2,9%, até chegar aos atuais 2,1%. “O setor vai continuar trabalhando pela eliminação da tarifa para melhorar a competitividade do agronegócio brasileiro.”, ressalta Rosemeire.

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