As exportações brasileiras de carne bovina para a União Europeia (UE) devem voltar a crescer em 2009, mesmo que o volume embarcado para o bloco neste ano não chegue aos montantes vendidos até 2007. Essa é a expectativa do setor produtivo, que aguarda com otimismo o relatório final da missão do bloco europeu que esteve no Brasil no fim de janeiro para uma nova auditoria do sistema de rastreabilidade brasileiro, o Sisbov, e das condições de sanidade do rebanho brasileiro. O relatório da missão sobre as condições de rastreabilidade e sanidade deve ser divulgado neste mês e a previsão é de um parecer favorável para a liberação de mais propriedades para vender a carne brasileira ao bloco europeu. “Há uma expectativa muito grande quanto ao restabelecimento das exportações para a União Europeia. Não há como negar que houve um avanço no sistema de rastreabilidade e de sanidade a partir do excelente trabalho feito pelo Ministério da Agricultura”, destaca o presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira. Por causa do veto às compras da carne brasileira, o montante de carne remetido ao continente europeu caiu de 195 mil toneladas em 2007 para 36,2 mil toneladas em 2008. Consequentemente, a receita obtida a partir das exportações para a UE no mesmo período foi reduzida de US$ 1,09 bilhão para US$ 270 milhões, queda de 75,11%. O número de fazendas habilitadas a exportar, inicialmente restrito a 300 propriedades no início de 2007, aumentou para mais de 800. No entanto, Antenor Nogueira acredita que os europeus encontraram condições “muito mais favoráveis” àquelas observadas no ano passado e que o ritmo de liberação das fazendas habilitadas a vender para a União Europeia seja mais rápido. “As auditorias são feitas justamente para encontrar falhas e corrigi-las. Há falhas em qualquer lugar, inclusive na União Europeia, mas eles não deverão ver as falhas gritantes que encontraram no ano passado”, afirma. Ainda na avaliação do presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da CNA, um parecer favorável sobre os sistemas de rastreabilidade e sanidade do rebanho bovino brasileiro pode abrir caminho para outros estados exportarem para o bloco europeu por serem considerados livres da febre aftosa. É o caso de 16 unidades federativas, reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Apesar deste reconhecimento, a UE, devido ao embargo à carne brasileira, habilitou apenas oito estados a exportar, mesmo que haja mais estados livres da aftosa. “Se a OIE reconhece mais estados como zonas livres, não tem porque a União Europeia não reconhecer”, diz Nogueira.