O polipropileno (PP) é um plástico conhecido por sua fácil modelagem, baixo custo e alta resistência química e a solventes, usado em copos plásticos, recipientes para armazenamento de alimentos, seringas, materiais esterilizáveis e, mais recentemente, ponto alvo de pesquisas de reparação cirúrgica de parede abdominal.
Os motivos mais comuns para tal emprego desse material, são traumas abdominais que provocam hérnias, muito comuns, principalmente em animais de pequeno porte devido a acidentes ou chutes, e para auxiliar na reconstituição da parede abdominal, através de próteses sintéticas, em cirurgias de remoção de tumores de grandes dimensões, que impossibilitam a aproximação das bordas da ferida cirúrgica por ráfia simples. Porém, apesar de ser uma técnica funcional para a resolução de um problema freqüente no dia-a-dia de cirurgiões, esta não é está desprovida de complicações, uma vez que existe a possibilidade de o organismo reconhecer o PP, como qualquer outro material, até mesmo enxertos biológicos, como um “corpo estranho”, e com isso desencadear uma resposta inflamatória no local, o que vulgarmente denominamos rejeição.
Outra complicação pela utilização da tela de PP em cirurgias é devido ao fato de quando implantadas por via intraperitonial, podem induzir à formação de aderências viscerais, fístulas e, em casos mais graves, até a uma obstrução intestinal. Com isso, vem se desenvolvendo a tela de baixa gramatura, pois estudos indicam que quanto menor o peso e a porosidade da tela, menor será a resposta inflamatória. Estas também podem vir associadas à biomateriais absorvíveis, que em contato com o peritônio visceral, inibem as adesiólises.
As próteses sintéticas de tela de polipropileno vêm substituindo as biopróteses porque, apesar das de origem biológica apresentarem maior tolerância à infecções, melhor progressão do tecido receptor, vascularização e menos aderência que as observadas nas sintéticas, nenhum outro material preencheu os critérios de força tênsil e resistência tecidual que estas.
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