O melhoramento genético vem ganhando cada vez mais relevância no Brasil e quem atua nesta área deve saber que a transferência de embriões (TE) é uma ferramenta importante para o sucesso de um procedimento. A técnica é dividida em várias etapas e a aplicação de protocolos de superovulação em bovinos é uma que merece atenção.
Promover a superovulação (SPO) tem por objetivo estimular, por meio de administração de hormônios, o desenvolvimento de um grande número de folículos até o estágio no qual possam ovular. Entretanto, esta é a etapa menos previsível dentro da transferência de embriões, pois são vários os fatores que influenciam os resultados.
Leia a seguir sobre os protocolos de superovulação em bovinos e gerencie melhor suas técnicas de reprodução bovina!
O que é a transferência de embriões em bovinos
A TE bovina é uma biotecnologia que acontece em etapas e busca obter mais descendentes de animais de alto potencial genético. A técnica acontece por meio de uma estimulação hormonal dos ovários de uma fêmea de alto valor genético (doadora), seguida da inseminação artificial, para a obtenção de vários embriões, que serão coletados e transferidos para fêmeas receptoras (“barrigas de aluguel”).
A transferência de embriões tem diversas vantagens, sendo as principais: geração de um maior número de bezerros anualmente, comercialização de material genético por meio de embriões congelados, aprimoramento genético dos filhotes gerados, obtenção de descendentes mesmo quando a doadora estiver morta, entre outros.
Protocolos de superovulação e suas funções
O primeiro passo da TE em bovinos é provocar, por meio de aplicação de hormônios específicos, uma superovulação. Em um processo natural a vaca liberaria apenas um ovócito. Portanto, o objetivo do processo é induzir o maior número possível de ovulações e de embriões viáveis através de protocolos hormonais.
Atualmente os protocolos de sincronização utilizados são baseados em dispositivos que liberam progestágenos/progesterona combinados com estradiol ou GnRH e FSH, proporcionando o controle da dinâmica das ondas foliculares e da ovulação.
Principais protocolos
Já é sabido que o uso de uma fonte de progesterona (dispositivos intravaginais), associada à administração intramuscular de estrógeno, promove atresia folicular e origina uma nova onda folicular, cerca de 4 dias após o início dos tratamentos. Para evitar a presença de um folículo dominante, o tratamento super estimulatório com FSH começa justamente no início da nova onda folicular, ou seja, 4 dias após a colocação do dispositivo intravaginal e administração de estrógeno.
Dois dias após a primeira injeção de FSH, é administrada uma dose luteolítica de PGF2α e 12 horas mais tarde o dispositivo intravaginal é removido. Entre 12 a 24h após a detecção do cio, as fêmeas podem ser inseminadas artificialmente. Seis a sete dias mais tarde os embriões são colhidos, classificados e congelados ou inoculados.
Também é possível diluir o FSH, sendo este um protocolo utilizado para animais mestiços. A dose do hormônio pode variar de acordo com a raça e a quantidade de bovinos a serem ovulados. O FSH deve ser diluído em solução fisiológica e dividido em 3 frascos.
Outro protocolo que pode ser realizado é com o hormônio denominado Gonadotrofina Coriônica Equina (ECG ou PMSG). Apesar de possuir ação semelhante ao FSH e LH na mesma molécula, ele é menos utilizado devido aos problemas de hiperestimulação. A dose usual recomendada é de uma única aplicação, do 9º ao 11º dia do ciclo e aplicação de prostaglandina (PGF) dois dias mais tarde.
Independente do protocolo escolhido, deve-se tomar nota de tudo que for feito, adicionando qual o dia e horário, para controle do procedimento.
Aprenda na prática todos os procedimentos
Embriões geneticamente modificados é uma área valorizada e vantajosa para quem atua. Entretanto, requer prática e conhecimento avançado. Se você está pensando em investir na TE, conheça a Pós-graduação em Reprodução e Produção de Bovinos CENVA, em que você vai dominar as principais biotécnicas reprodutivas, e comece a atuar de forma bem-sucedida!
Fontes: CPT Cursos Presenciais; Beefpoint; H.E,A; Embrapa; Curso de Transferência de Embriões em Bovinos.