O sucesso da avicultura orgânica depende da função do produtor na avicultura orgânica

 

O produtor que compreende exatamente qual a sua função dentro da cadeia de produção garante boa parte do sucesso da avicultura orgânica. Dentre as funções que o produtor precisa entender estão: plantar a alimentação dos animais (dentro das normas orgânicas estabelecidas); cuidar; zelar; observar e até mesmo se envolver amistosamente com os animais, enxergando-os como seres vivos a serem protegidos e, fundamentalmente, administrar a economia da propriedade.

A base que constitui a vida dos seres vivos é a alimentação, esta se distribui dentro do organismo das aves, da seguinte forma: uma parte é utilizada para manutenção e estruturação física e, a outra, desaparece como desperdício ou fezes. Neste último caso, o dejeto pode ser aproveitado como adubo que, por sua vez, repõem o solo e garante novas colheitas de alimentos.

A carne e os ovos são transformados em produtos de utilidade somente depois de atendidas às exigências alimentícias para a manutenção do organismo, que consome cerca de 50% da ração. Quando há déficit nas exigências de manutenção, a produção fica diminuída ou suspensa, porque o organismo é obrigado a lançar mão de suas reservas para manter, em equilíbrio, suas funções vitais. É, portanto, necessário que se forneça não só o alimento preciso para sua manutenção, mas uma quantidade excedente que possa ser utilizada para a produção. Essa função cabe ao produtor.

O bem estar do animal que será abatido, quanto das pessoas que realizam o trabalho de cuidar e zelar por esses animais é um dos grandes objetivos, do protocolo de criação orgânica. Todo o sistema de criação deve ser ao ar livre, ou seja, o confinamento é condenável. Nas primeiras semanas, as aves devem ficar continuamente abrigadas, e, na fase final, livres durante o dia. Ao ser recolhidas a noite, as aves devem ser alojadas em galpões amplos, constituídos de poleiros e bem fechados, para evitar a ação de predadores.

As aves devem ter acesso à pastagem para se socializarem e também realizar funções inerentes a sua espécie como, por exemplo, a exploração do meio ambiente e o repouso. Esta dinâmica minimiza o estresse e, dessa forma, a competição entre as aves diminui efetivamente.

As pessoas que zelam pelos animais, normalmente apresentam uma grande simpatia pela espécie criando um envolvimento amistoso e, naturalmente, o manejo orgânico. Trabalhando com zelo e simpatia garante-se a satisfação pessoal, dada à tranquilidade que esses animais passam a apresentar.

De acordo com a coordenadora do Curso Criação Orgânica de Frangos de Corte e Aves de Postura, elaborado pelo CPT (Centro de Produções Técnicas), Maria do Carmo Arenales, esse manejo diminui sensivelmente o índice de patologias e a taxa de mortalidade. Logo, as pessoas que tratam diretamente as aves convivem em ambiente mais saudável. É importante citar, que as galinhas poedeiras têm à disposição os galos e, dessa forma, além de possuírem uma vida sexual ativa, também estarão nos fornecendo ovos galados, como os que comeríamos se as aves estivessem soltas na natureza. São ovos (vivos) e não óvulos (inférteis) como os produzidos na avicultura convencional.