Aproximadamente 400 pessoas – entre estudantes de agronomia, agricultores, pesquisadores da Embrapa e do Superintendente Geral da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), Moises Gomes – participaram na última sexta-feira do Dia de Campo Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), promovido através de uma parceria entre a John Deere e EMBRAPA na Fazenda Santa Brígida em Ipameri, interior de Goiás. O evento contou com apoio da Secretaria Estadual de Agricultura de Goiás, Universidade Estadual de Goiás e do Instituto Federal Goiano. Também contou com a presença de uma comitiva de produtores rurais ligados à cooperativa paranaense Cocamar, do secretário de Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara, e do ex-ministro da Agricultura, Alysson Paulinelli.
O encontro realizado na Fazenda Santa Brígida, objetivou mostrar aos presentes um projeto de ILPF que vem sendo realizado com sucesso há cinco anos. Coordenado por técnicos da Embrapa Arroz e Feijao, o programa ILPF aplicado na fazenda mostrou aos visitantes todos benefícios sociais, ambientais e econômicos da rotação de culturas de soja e milho, com pastagens e plantio de espécies florestais. “As pesquisas apresentadas revelaram que a rotação de culturas com forrageiras permite aumento na produtividade, tanto no gado como nas lavouras de grãos. As pastagens degradadas foram recuperadas, podendo agora suportar maior número de animais. A matéria orgânica e as raízes das forrageiras contribuem para melhorar a estrutura do solo, o armazenamento de água e o crescimento das raízes das plantas”, explica Paulo Herrmann, diretor Comercial para América Latina da John Deere.
Herrmann explica que a John Deere decidiu apoiar a divulgação das pesquisas na Fazenda Santa Brígida com o objetivo de auxiliar na velocidade da transferência de tecnologia e conhecimento técnico-científico aos agricultores. “É muito importante que todos conheçam no local os resultados da aplicação da ILPF na recuperação da fazenda, que era coberta por pastagens degradadas e, hoje, tem pastagens e lavouras com alta produtividade, comprova este modelo de sustentabilidade com eficiência produtiva”. A John Deere apostou no projeto pela sua grande preocupação com os aspectos ambientais e de produtividade.
Segundo Pedro Machado, chefe-geral da Embrapa Arroz e Feijão, projetos ILPF permitem o desenvolvimento de uma agricultura mais sustentável, com maior produção agropecuária e melhor preservação ambiental. “Ao contrário do que se imagina sobre a pressão da agricultura no meio ambiente, o Brasil ainda dispõe de enorme potencial de produtividade no campo, com respeito aos biomas do País. Só o Cerrado dispõe de 40 milhões de hectares com pastagens improdutivas, que poderiam ser incorporadas à agricultura em projetos de preservação deste ecossistema”, disse. “Fazendo rotação de culturas com pecuária, o produtor pode dobrar sua renda e correr menos riscos financeiros”, afirmou.
“Agricultura conservacionista é o conceito do Ministério da Agricultura hoje, especialmente depois do debate levado ao COP-15, evento global no qual o Brasil se comprometeu a deixar de emitir 1 bilhão de toneladas de CO² até 2020”, contou Elvison Nunes Ramos, coordenador de manejo sustentável de sistemas produtivos do Ministério da Agricultura.