Os reflexos da crise econômica internacional podem ser menos nocivos na indústria de carne bovina do que em outros setores do agronegócio. A avaliação é do presidente da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), Roberto Gianetti, que prevê um cenário menos negativo para o Brasil. Para ele, uma eventual queda nos preços internacionais da carne bovina, gerada por uma retração na demanda em importantes países consumidores, como os Estados Unidos e a própria União Européia, no médio prazo, tende a retirar do mercado exportadores menos competitivos. "A crise não deve derrubar os preços. Se for tão aguda a ponto de gerar uma queda no consumo, não vai prejudicar o Brasil, pois irá eliminar a concorrência, que só compete hoje em dia porque os preços estão muito elevados", diz Gianetti. O otimismo do setor exportador de carne bovina é tão grande que Gianetti estima que as exportações brasileiras irão somar US$ 15 bilhões em 2013. Significa dizer que a receita com as vendas externas do Brasil crescerá, em média, 40% ao ano, já que a estimativa para 2008 é de que as exportações somem pouco mais de US$ 5 bilhões.