Cavalo crioulo se destaca no manejo de rebanhos de caprinos e ovinos

 

O uso de cavalos se tornou indispensável no manejo de animais, em grande parte das propriedades rurais espalhadas pelo Brasil, seja pelo volume de animais no rebanho ou pelo tamanho da propriedade.

Os rebanhos pelo país a fora, tanto de caprinos como de ovinos, tem aumentado em volume para produção, e hoje está próximo das 30 milhões de cabeças, com propriedades cada vez maiores e com número de animais considerável, o que dificulta o manejo, e o uso do cavalo nessa realidade se faz cada vez mais presente.

O Brasil é o quarto maior criador de cavalos do mundo, com aproximadamente 5,5 milhões de animais, perdendo apenas para Estados Unidos, China e México. Em cada região deste imenso país, uma raça de equinos se destaca no trabalho de campo, e uma raça em especial está concentrada principalmente na região sul: a raça Crioula. O Rio Grande do Sul é referência na produção de ovinos e possui um dos maiores rebanhos de equinos do país, com quase 500 mil cavalos, sendo a grande maioria da raça Crioula.

 De acordo com a Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) são mais de 350 mil animais no Brasil, sendo que destes, 80% estão nos três estados do sul: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

No Rio Grande do Sul, hoje é difícil visitar uma propriedade rural e não encontrar pelo menos um exemplar da raça. Segundo o Presidente da ABCCC, Manuel Luis Sarmento: “O Crioulo é um animal extremamente rústico, que consegue se adaptar bem às regiões com grande variação de temperatura, tanto com inverno rigoroso, como verão escaldante. Além disso, são animais com grande aptidão para o trabalho”, afirma.

Ele é proprietário da Estância São Francisco, localizada na região de Bagé/RS e possui uma tropa com cerca de 500 animais da raça. A criação começou com o seu avô em 1930 e veio passando de geração em geração. O uso inicial dos cavalos foi para expansão da propriedade e manejo dos rebanhos. Hoje, além da comercialização de genética, os cavalos Crioulos continuam sendo utilizados no trabalho de campo. Com uma área de 5 mil hectares, o criador também possui um rebanho de 4 mil bovinos da raça Hereford, além de 2 mil ovinos da raça Romney Marsh, criação que também começou com o avô, por volta de 1940.

O crioulo possui porte médio baixo, consome menos pastagem que a média de outras raças, o que é importante para a região. “Estamos quase na divisa com o Uruguai, numa região com solo basáltico, com pouca terra e muita pedra. Com isso a pastagem é mais escassa, além de chover pouco na região, principalmente nesta época do ano”, explica o pecuarista.

Para Cristiano Martins, pecuarista de Porto Alegre/RS, que se dedica à criação e seleção genética da raça, o crioulo se destaca pela rusticidade, agilidade e velocidade. “Essas características fazem com que ele seja quase um cavalo perfeito”, afirma Cristiano.

Segundo os registros da ABCCC o crescimento da raça vem crescendo em outras regiões, como Sudeste e Centro-Oeste. Além do bom desempenho no trabalho de campo, é também uma boa opção para prática de esportes e lazer.

                                            

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