Argentinos garantem posto de maiores carnívoros do mundo consumindo 63,1 quilos de carne bovina per capita

 

Entre 2009 e 2011 o Uruguai-país rival da Argentina em tangos, futebol e carne – conquistou o lugar de destaque com o título de maiores carnívoros do planeta. No entanto, neste ano, segundo dados do Instituto Nacional de Carnes (Inac) do Uruguai, com a marca de 60 quilos em julho os uruguaios voltaram, pelo menos temporariamente, ao segundo lugar do ranking mundial e os argentinos recuperaram o título de maiores carnívoros do planeta ao ostentar um consumo per capita de 63,1 quilos de carne bovina.

A Abeceb anunciou o ressurgimento do costume de ingerir opíparos volumes de sanguinolentos baby-beefs, tomando como referência os dados do mês de julho.

 A Abeceb afirma que a recuperação do consumo per capita de 63,1 deve-se à conjunção de fatores, entre os quais o aumento do estoque e à queda das exportações, drasticamente limitadas pelo governo da presidente Cristina Kirchner, que redirecionaram a carne ao mercado interno. Este redirecionamento, nos últimos meses, criou um clima de estabilização dos preços de alguns cortes de carne e até de redução dos custos de outros. Além disso, o aumento do consumo foi propiciado pelo maior abate de gado.

No entanto, apesar da recuperação do primeiro lugar no pódio de consumo de carne para os argentinos, a Abeceb considera que será "difícil" voltar ao nível de 70 quilos per capital alcançados em 2007 e 2008.

O consumo de carne de frango, que ao longo deste ano vinha crescendo, ficou estabilizado.

O aumento no consumo também ocorreu com a carne suína, produto cujo consumo foi estimulado pela própria presidente Cristina Kirchner, que em julho de 2010 declarou pela TV que esse quitute era "afrodisíaco". Na ocasião – seu marido e ex-presidente Nestor Kirchner ainda estava vivo (ele morreu três meses depois) – Cristina destacou que a ingestão de carne suína havia propiciado um animado fim de semana na companhia de seu cônjuge.

A carne bovina foi durante décadas o elemento sine qua non da mesa dos argentinos, além de ser um símbolo do país no exterior.

O recorde de consumo dos argentinos ocorreu em 1958, ano no qual a ingestão de carne por cada argentino em média foi de 98 quilos. Nas décadas posteriores o consumo caiu por motivos econômicos, por uma ampliação do cardápio cotidiano dos argentinos, além de maiores cuidados com o colesterol.

A relação dos argentinos com a carne é muito forte, durante décadas, os alunos argentinos redigiam "La Vaca" (A Vaca), uma espécie de canto de louvor a essa heroína quadrúpede que propiciava à Argentina riquezas e prestígio mundial por seus baby beefs.

A carne também está na cultura televisiva. Diversas telenovelas argentinas tiveram galãs que protagonizavam viris personagens açougueiros que seduziam as clientes com seu avental manchado de sangue.

Em 2002 o churrasco foi o centro do talk show "Um aplauso para o churrasqueiro", onde o apresentador, Roberto Petinatto, interrogava seus entrevistados enquanto estes devoravam suculentos nacos de carne. O formato foi relançado com a apresentadora Flavia Palmiero, que em "Políticos na churrasqueira" entrevista políticos que devem acender o fogo e preparar a carne enquanto são sabatinados.

 

 

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