Na Patagônia Argentina, a produção de lã fina orgânica está sendo priorizada. A iniciativa pertence ao Grupo de Produtores Ovinos Orgânica da Patagônia (Propat), todos da Província de Chubut. "Nosso objetivo é transformar em valor o intangível que representa a produção sob condições naturais. Desde 2000, foram incorporados os sistemas produtivos ao processo de certificação orgânica, o que determina que, para o ciclo de 2008, haja uma superfície total sob certificação de 40 estabelecimentos e 1,1 milhão de hectares", contou ao Clarín Rural o coordenador do Propat e presidente da SEA (Soluções Empresariais Agropecuárias), Rubén Contreras. Os estabelecimentos estão localizados dentro da zona árida e semi-árida patagônica com uma produção extensiva sobre pastagens naturais, típicos na região. Cem por cento dos campos sob certificação em Chubut são avaliados pela Organização Internacional Agropecuária (OIA). Em 2007, Chubut se transformou na Província argentina com maior superfície sob certificação orgânica, "transformando-se em uma referência natural desta linha de trabalho, que vai se consolidando na Argentina e particularmente na Patagônia", disse Contreras. "O produto que se obtém é a Lã Merino Fina Orgânica, proveniente justamente da raça Merino, que se diferencia por sua qualidade da lã, dentro da categoria de extra-finas e finas. O volume anual disponível de lã fina orgânica ronda 1 milhão de quilos, com uma finura média de 19-20 micra", além de outras qualidades. A interação do grupo de produtores com empresas compradoras e processadoras de lã (locais e do exterior) rendeu seus frutos. Do ponto de vista econômico, as vendas dos lotes de Lã Fina Orgânica (que são identificados com uma etiqueta) conseguem um diferencial com relação aos de lã convencional, que até a safra de 2007, foi de US$ 0,3 a US$ 0,5 por quilo de lã. Este plus, todavia, é menor do que vêm obtendo os lotes de Lã Orgânica no mercado australiano: US$ 1,2 por quilo base limpa. Quanto à cadeia de valor, "mediante um trabalho conjunto de produtores, empresas processadoras de lã do Parque Industrial de Trelew, o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa), a OIA e o Governo da Província, se avançou no desenvolvimento da norma oficial para chegar ao Top Orgânico, para fechar assim o processo de agregação de valor". A partir deste trabalho, a Argentina pôde apresentar como novidade, no último Congresso Mundial da IWTO (International Wool Textile Organisation) a primeira Norma Oficial vinculada à certificação do Top de Lã Orgânica, posicionando o setor e as empresas locais em um local destacado no mundo. Os produtores pretendem também, futuramente, ampliar para a produção de carne ovina orgânica. As informações são do Clarín Rural, traduzidas e adaptadas pela equipe FarmPoint.