A pesagem de boi em arroba e não em quilogramas é questão histórica e cultural. Os livros na idade média eram escritos por copistas, nome dado àqueles que escreviam os livros à mão e como o papel e tinta eram artigos de luxo, eles simplificavam as palavras para economizar e também para poupar esforços e tempo. Assim, eles uniam as letras e a arroba é a junção das letras do termo em latim "ad".
Com os copistas surgiram as acentuações, abreviações e símbolos. Veio a imprensa, papel e tinta viraram coisa banal e os símbolos e acentuações continuaram corriqueiros. Nos livros contábeis, registros de mercadorias eram feitos e a arroba permanecia entre eles. Arroba veio do árabe ar-ruba, que significa "a quarta parte". Uma arroba, 14,68kg, correspondia a um quarto de outra medida de origem árabe, o quintar, cuja medida equivale a 58,75kg. O símbolo da arroba (@) passou a ser usada pelos espanhóis
Com o uso constante dos termos e símbolos foram sendo passados de tempo em tempo. Hoje o símbolo da arroba é usado até nos teclados de computadores.
Nasce o sistema métrico com padrões oficiais de unidades de peso e de medida, utilizados atualmente. O sistema fez com que outras unidades de medida perdessem parte da função, porém, não deixaram de existir. Hoje a arroba é utilizada na pesagem de bovinos e no Brasil equivale a 15 quilogramas.
Mais confusão é gerada quando se diz que a arroba, na verdade, é utilizada quando se considera a carcaça do animal, utilizando o quilograma para peso vivo, apenas. O peso da carcaça e não do animal inteiro é utilizado na pecuária, sendo a carcaça a carne e o osso, descartando outras partes como vísceras, couro e sebo.
A taxa de gordura, sexo e raça influenciam no rendimento da carcaça, é considerado um rendimento médio de 50% para facilitar as medidas. Assim, se tivermos um boi vivo de 540 quilogramas em arroba equivalerá a 18, e não a 36, pois 50% de seu peso já foi automaticamente descartado e está sendo considerada apenas a carcaça.
As definições de arroba para pesagem bovina são utilizadas no Brasil há muito tempo, e qualquer esforço para mudar essa questão cultural seria em vão.
