Atendimento a animais silvestres: vale a pena investir nessa área?

Especialização em animais silvestres

Uma demanda que tem se tornado cada vez mais comum na rotina de médicos veterinários de todo Brasil é o atendimento de animais silvestres, principalmente aqueles que são criados como pets não convencionais.

Apesar de parecer um mercado novo, o número de pessoas que decidem investir nestas espécies como animais de companhia não para de crescer. E, assim como cães e gatos, os animais silvestres e pets não convencionais vão necessitar, ao longo da vida, de cuidados veterinários. E, para atender como segurança e qualidade esse público, o profissional pode ir além dos conhecimentos adquiridos na graduação e investir em cursos de capacitação na área.

Tanto uma especialização quanto uma capacitação em cursos livres com foco na prática podem ajudar o profissional a adquirir o conhecimento para atender essa demanda com mais segurança. Neste artigo, vamos explicar um pouco mais sobre a criação de animais silvestres, a importância de buscar conhecimento especializado, a demanda na área e o que você pode aprender em um curso de capacitação. Confira!

Qual a diferença entre animais silvestres e domésticos?

A diferença entre os animais silvestres e domésticos está no lugar em que vivem e em seu comportamento.

Os animais silvestres são todos aqueles que vivem ou nascem em um ecossistema natural, como florestas, savanas, rios, lagos e oceanos. Eles não dependem dos seres humanos para sobreviver do mesmo modo que não estão habituados ao convívio, podendo inclusive ser agressivos.

Já os animais domésticos são aqueles acostumados a viver na presença de seres humanos. Eventualmente, esses animais foram domesticados e aprenderam a viver em casas ou apartamentos, servindo com companhia. Os mais comuns são os cachorros e gatos, mas se incluem nessa classificação os bovinos, cavalos e galinhas, por exemplo.

É permitido criar animais silvestres em casa?

A lei Nº 5197/67 proíbe a utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha de animais de quaisquer espécies, em qualquer fase do seu desenvolvimento que vivem naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna silvestre.

No entanto, essa mesma lei permite a construção de criadouros destinados à criação de animais silvestres para fins econômicos e industriais.

Sendo assim, o IBAMA permite que alguns animais silvestres e exóticos sejam domesticados, desde que a compra seja feita de maneira regularizada. 

Além de cuidados extras com documentação e burocracia, a domesticação também precisa ser regularizada. Para criar um animal silvestre é exigido, por exemplo, comprovar que possui capacidade financeira de manutenção. 

Infelizmente, o Brasil é um dos países que mais exporta animais silvestres ilegalmente. Surpreendentemente, esse tráfico movimenta mais de 1 bilhão de dólares e comercializa cerca de 12 milhões de animais anualmente.

Mesmo com a legislação é possível encontrar muitos animais silvestres ilegais até mesmo em locais aprovados. Para ter certeza da legalidade do animal, a melhor forma é entrar em contato com o IBAMA.

Quais animais silvestres podem ser domesticados?

Nem todos os animais silvestres ou exóticos podem ser criados em casa. Veja os permitidos e mais comuns:

  • Catatua;
  • Furão;
  • Chinchila;
  • Macaco Sagui;
  • Micro Porco;
  • Iguana;
  • Coruja;
  • Teiú;
  • Tarântula;
  • Salamandra;
  • Tartaruga Tigre d’água;
  • Cobra do milho;
  • Jibóia.

Por que se especializar nessa área?

Não é comum encontrar médicos veterinários com especialização em animais silvestres. Isso faz com que a profissão seja ainda mais valorizada, já que os donos vão sempre dar preferência para as clínicas que estão mais qualificadas para tratar seus animais.

Mas, além de atender em clínicas, o médico veterinário com especialização em animais silvestres pode atuar em diversos lugares, como:

  • Zoológicos;
  • Aquários;
  • Criadouros;
  • Mantenedouros da fauna silvestre;
  • Centros de reabilitação;
  • Diversos projetos na natureza;
  • Processos de translocação de fauna;
  • Comitês e planos de manejo de espécies ameaçadas.

O profissional dessa área possui responsabilidades extremamente importantes, como:

  • Zelar pelo bem-estar e pela ética na manutenção de fauna;
  • Impedir que enfermidades de natureza infecciosa ou infecto-contagiosa sejam veiculadas entre os animais, ou até mesmo para os humanos.
  • Impedir a propagação de agentes patogênicos no meio ambiente;
  • Auxiliar na proliferação dos animais que estão em possibilidade de extinção, utilizando biotécnicas de reprodução.

O Conselho Federal de Medicina Veterinária, estabeleceu por lei que os animais silvestres/selvagens devem receber assistência médica veterinária independentemente de sua origem. Por isso, é fundamental estar preparado para todos os tipos de situação. O conhecimento das diversas espécies é fundamental e indispensável para um profissional de qualidade. 

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Fontes:Abravas, Revista Veterinária, WWF

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