Atendimento clínico a coelhos e roedores: quais as recomendações?

Atendimento clínico a coelhos e roedores

O atendimento clínico a coelhos e roedores vem crescendo em consultórios veterinários, uma vez que estes estão sendo cada vez mais procurados para animais de estimação. As espécies mais encontradas costumam ser os hamsters, gerbil, coelhos e chinchilas. Além da ternura, eles também não fazem ruídos e não demandam espaço, o que costuma ser um fator importante para os tutores.

Todavia, o cuidado a estes animais são diferentes de cães e gatos. Por muitas vezes, é difícil encontrar médicos veterinários que ofereçam a mesma qualidade de serviços que estão disponíveis para outros pets. Pensando nisso, escrevemos este artigo exclusivamente sobre atendimento clínico a coelhos e roedores. Saiba mais!

Mercado de roedores e cunicultura no Brasil 

Nos últimos anos o Brasil passou por mudanças socioeconômicas relevantes. Um exemplo disso são as novas conjunturas familiares, onde os animais de estimação passaram a ter um papel importante na vida dos donos, influenciando diretamente a expansão do mercado.

A área de coelhos e roedores tem atraído novos investidores e aumentado a concorrência quando se trata de atenção e fidelidade do consumidor. Com isso, também cresce a procura por veterinários que conheçam a espécie e saibam realizar um atendimento de qualidade. 

Principais demandas no atendimento veterinário

Durante uma consulta é importante sanar dúvidas em relação à alimentação e ao manejo adequado. Coelhos, por exemplo, não devem ser alimentados apenas com ração, pois demandam alta quantidade de fibras. O indicado é ter um planejamento com verduras, frutas e legumes aliado à ração, que deve compor apenas 20% da sua alimentação diária. 

O veterinário também precisa ficar atento ao tricobezoar – acúmulo de pelos que ingerem durante sua higienização diária e vão para o sistema digestivo. O problema deve ser tratado rapidamente, uma vez que a bola de pelos formada não deixa os alimentos passarem. 

Além disso, outra demanda é em relação aos dentes que têm um crescimento contínuo. Apesar de ser indicado um desgaste, o profissional deve analisar se não estão desiguais, evitando que fiquem pontiagudos. 

Em relação aos roedores, deve-se instruir ao tutor que os alimentos sejam oferecidos de forma não convencional, embrulhados ou dobrados, para que estimule a vontade de comer. A espécie apresenta sistema digestivo diferente, podendo ter maior ou menor câmaras fermentativas (ceco e cólon). Existem rações específicas, mas alguns, como os hamsters, podem comer almeirão, amendoim, sementes de girassol, aveia, etc.

Doenças mais comuns em coelhos e roedores

Durante o atendimento clínico a coelhos e roedores podem haver situações emergenciais. Portanto, é fundamental conhecer as principais doenças que podem acometê-los.

Infecção por streptococcus

Tem início nos segmentos broncopulmonares e dissemina-se para a pleura, pericárdio, via septicêmica e resto do corpo. Os animais apresentam doença crônica respiratória, espirros, secreção nasal e ocular, anorexia, perda de peso, tosse, depressão, artrite séptica, otite média, endocardite vegetativa, torcicolo, abscessos subcutâneos, podendo vir a óbito. 

Urolitíase

Encontrada no trato urinário de coelhos e roedores, o problema não tem uma causa definida, mas ítens como nutrição, predisposição genética, presença de nematóides, anatomia, fisiologia, e raramente infecções são fatores relevantes. O diagnóstico pode ser obtido pela sintomatologia clínica e palpação abdominal caudal aliado à ultrassonografia. Entre os tratamentos mais indicados estão: Cistotomia, nefrectomia, fluidoterapia, antibióticos e mudanças dietéticas.

Paralisia de membros posteriores

Decorre de uma manipulação inadequada do animal, uma agitação brusca ou briga dentro da gaiola, acometendo geralmente a vértebra L7 (lombar). Os coelhos podem apresentar azotemia ou uremia, úlceras de decúbito no decorrer do tempo e região perineal sempre com fezes. O diagnóstico é dado pela radiografia e o tratamento varia entre os casos. 

Deficiências de vitamina em roedores

O desequilíbrio entre a vitamina D, cálcio e fósforo causa raquitismo em roedores jovens. A deficiência de vitamina A, hidrocefalia e morte pré-natal. Já a falta da E, distrofia muscular, mortalidade pré-natal e degeneração dos túbulos seminíferos. 

Saiba realizar um bom atendimento clínico a coelhos e roedores

Antes de qualquer decisão, o animal deve ser examinado por um veterinário com experiência em animais não-convencionais. Nessa hora, é preciso que o profissional conheça as especificidades da espécie para determinar o que deve ser feito. Deseja ter capacitação em coelhos e roedores? Se inscreva no Curso de Animais Silvestres e Não-Convencionais na Clínica de Pequenos Animais que vai te possibilitar um atendimento diferenciado! 

Fontes: Curso de Animais Silvestres, Clínica Veterinária Zelão Dog,S. A, R.