Uma grande aliada para diagnosticar alterações que afetam a produção e a qualidade das células espermáticas nos cavalos é a ultrassonografia testicular em equinos. Identificar patologias, tais como as injúrias vasculares, de maneira rápida é fundamental para evitar danos irreversíveis à reprodução.
Conhecimentos como modalidade do aparelho, anatomia do sistema reprodutor masculino, entre outros, são necessários para a realização do exame de imagem. Se você é médico veterinário ou estudante com interesse em reprodução equina, continue a leitura deste artigo e se aprofunde na área!
Anatomia do testículo do garanhão
O primeiro passo para interpretar um exame ultrassonográfico é conhecer a anatomia dos órgãos reprodutivos do garanhão. O sistema reprodutor do macho é formado pelos testículos e epidídimos, pelo pênis, uretra associada, músculo isquiocavernoso, bulboesponjoso, retrator do pênis e pelas glândulas acessórias: glândulas vesiculares, próstata, bulbouretrais e ampolas.
O testículo é envolto por uma cápsula de tecido conjuntivo denso, a túnica albugínea, formada principalmente por fibras de colágeno e que emite septos em direção ao parênquima testicular fornecendo sustentação e dividindo o órgão em lóbulos, onde são alojados os túbulos seminíferos.
Os testículos situam-se fora da cavidade abdominal e são envolvidos por uma bolsa, chamada de escroto. Este é dividido em quatro camadas: pele, túnica dartus, fáscia escrotal e túnica vaginal parietal.
Tão importante quanto a anatomia do testículo para a ultrassonografia é a anatomia vascular da região. A artéria testicular se origina da aorta abdominal e se alonga para acompanhar a migração do testículo para o escroto. Já a veia central tem início no centro da região caudal do testículo, segue crânio-dorsalmente e, após atravessar a túnica albugínea, emite ramificações que formam o plexo pampiniforme, sendo responsável por drenar o sangue dos testículos.
Importância da ultrassonografia na avaliação dos testículos no cavalo
O exame ultrassonográfico é uma ferramenta eficaz no diagnóstico precoce de diferentes patologias e no aparelho reprodutor equino sua atuação não é diferente. Alguma das principais alterações indetectáveis aos exames andrológicos convencionais, mas que com o exame de imagem é possível diagnosticar são: granuloma espermático, epididimites, criptorquidismo, varicocele, estruturas císticas do epidídimo, aumento da espessura da túnica vaginal e neoplasias testiculares.
A ultrassonografia testicular em equinos normalmente é realizada com o animal em estação e contido. O examinador deve se posicionar lateralmente ao animal, empurrando o testículo contralateral dorsalmente. Após manter o testículo na posição ventral do escroto o transdutor é colocado na posição vertical iniciando o escaneamento da região cranial para a região caudal.
Duas modalidades podem ser aplicadas na hora de fazer a ultrassonografia testicular em equinos. A em escala cinza ou modo B fornece uma análise estrutural do órgão e é aplicada em estudos da anatomia, ecogenicidade, textura e mensuração do volume testicular.
Já o modo doppler propicia informações da vasculatura de vários órgãos, sendo uma técnica capaz de amplificar a capacidade de diagnóstico e de monitoramento no âmbito da andrologia equina. Ambas as técnicas podem ser usadas juntas, já que o modo B pode servir como plano de fundo para a representação colorida do fluxo sanguíneo do testículo.
Tenha melhores resultados com a reprodução equina
Diagnosticar alterações no sistema reprodutor equino com rapidez e precisão é o primeiro passo para ter bons resultados na reprodução. Além de descobrir afecções, a ultrassonografia possibilita o acompanhamento de tratamentos, a fim de melhorar resultados terapêuticos e proporcionar melhor previsão de fertilidade aos garanhões.
Sem dúvidas a avaliação da imagem é uma parte fundamental no exame andrológico. A biotécnica, que é essencial para garantir eficiência reprodutiva do animal, é auxiliada pelo ultrassom na hora de avaliar a perfusão testicular, que está intimamente ligada com o bom funcionamento dos testículos e epidídimos.
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Fontes: Rev. Bras. Reprod. Anim., Belo Horizonte, v.41, n.1, p.157-168, jan./mar. 2017, Silva DF, Monteiro GA, Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.72, n.4, p.1137-1144, 2020.