A Transferência de Embriões é uma das biotécnicas mais importantes para o desenvolvimento da equinocultura no Brasil e no mundo. Porém, ela só alcança bons resultados quando todas as etapas que compõem o programa são realizadas de maneira correta, sendo a principal delas a seleção das éguas doadoras e receptoras.
Realizar essa etapa com perfeição é fundamental para quem deseja alcançar resultados eficientes. Por isso, é extremamente importante entender todos os fatores que precisam ser levados em conta na seleção de éguas para a Transferência de Embriões.
Sabendo disso, preparamos este artigo explicando tudo que deve ser considerado na escolha das doadoras e receptoras. Veja também como a técnica funciona e como é possível maximizar o uso das éguas por meio de um rígido sistema de seleção e manejo, aumentando a lucratividade do produtor. Confira!
O que é a Transferência de Embriões (TE)
A Transferência de Embriões é uma biotécnica reprodutiva que possibilita o maior desenvolvimento da indústria do cavalo através do ganho na eficiência reprodutiva e no incremento do melhoramento genético. Como consequência, a TE favorece o aprimoramento das raças e seus cruzamentos.
Entre as biotécnicas de reprodução assistida, a TE é a mais utilizada em todo o mundo, sendo que seu desenvolvimento em equinos teve um aumento considerável principalmente nas duas últimas décadas.
A técnica consiste na coleta de um ou mais embriões de uma égua de melhor potencial genético, que será a doadora. Esta pode ser coberta ou inseminada com um garanhão que também deve ser geneticamente superior e devidamente selecionado. A finalidade é a transferência desse embrião para o útero de uma égua receptora que será a responsável por levar a gestação a termo.
Assim, de 6 a 9 dias após a ovulação da doadora é realizado um lavado uterino transcervical, e o óvulo fertilizado é transferido de maneira não cirúrgica a uma receptora previamente sincronizada.
Esta biotécnica apresenta como principais vantagens o melhor aproveitamento de éguas que possuem alto valor zootécnico e/ou sejam idosas ou que estejam em
atividade esportiva; a produção de múltiplos potros por égua durante o ano ou a possibilidade de gerar potros de éguas subférteis por problemas adquiridos que estão impedidas de exercer uma gestação a termo.
Como selecionar as doadoras
O primeiro fator a ser levado em consideração na seleção de éguas doadoras é seu histórico reprodutivo. Também é preciso avaliar a idade, potencial genético, conformação da vulva, condição uterina, fertilidade, diretrizes do registro da raça, valor genético, valor potencial do potro resultante e o número de gestações desejadas.
O manejo da doadora também é extremamente importante para monitorar o comportamento reprodutivo, a atividade folicular e a ovulação. Durante o cio, a égua deve ser examinada diariamente no intuito de monitorar o crescimento folicular e permitir que a inseminação seja feita no momento adequado.
Como o procedimento exige um investimento elevado, é muito importante se certificar que seja restrito a éguas de qualidade superior.
Seleção de éguas receptoras
Atenção redobrada deve ser dada à seleção de éguas receptoras, pois ela é a principal responsável pelo sucesso do programa de TE.
É a receptora que irá reconhecer o embrião e fornecer as condições necessárias ao seu desenvolvimento. Por isso, na seleção, a principal característica deve ser a ausência de problemas reprodutivos. A melhor receptora é sempre a que já teve crias anteriores bem sucedidas.
São critérios de seleção:
- condição corporal,
- tamanho semelhante ao da doadora,
- boa saúde,
- boa índole,
- bom desenvolvimento mamário,
- habilidade materna, ciclos estrais normais
- e ausência de anormalidades uterinas e ovarianas.
É muito importante que a receptora seja cabresteada e fácil de manusear para facilitar o manejo do animal e garantir a segurança dos profissionais e do embrião que será inseminado. Portanto, as éguas agitadas e não manejáveis não devem ser escolhidas.
A idade desejável é entre 3 a 10 anos, já que a idade é um fator predisponente para a degeneração endometrial. Esta pode comprometer a habilidade de manter a gestação e acontecem principalmente em éguas mais velhas. As mais jovens ainda apresentam a vantagem de serem mantidas no plantel por mais tempo.
Assim como as doadoras, as receptoras também devem ser examinadas diariamente durante o cio para monitorar o crescimento folicular e a ovulação. Isso é fundamental para garantir que estão preparadas para receber o embrião.
Como ter sucesso na área?
Apesar de sua importância, a Técnica de Transferência de Embriões em equinos ainda é pouco difundida, e poucos profissionais encontram-se atuando de forma bem sucedida, em relação à demanda potencial do Brasil. Para fazer a diferença nessa área altamente valorizada uma excelente opção é investir em cursos de Transferência de Embriões em Equinos oferecido pelo CPT Cursos Presenciais.
O aprendizado da técnica por meio de um treinamento teórico-prático, de forma intensiva e bem orientada, permitirá ao médico veterinário ampliar seus conhecimentos para a sua inserção em um mercado profissional restrito e de alta valorização. Quer saber mais? Clique aqui e confira o que mais esse curso pode te proporcionar.
Fontes:Ciência Animal, Revista Veterinária, Rev. Bras. Reprod. Anim., Acta Veterinaria Brasilica.