Na área de reprodução, a avaliação da morfologia espermática de equinos é uma forma de proporcionar melhores resultados nos processos de inseminação no que diz respeito à fertilidade dos machos. Isso se deve ao fato de que as características reprodutivas diferem entre garanhões e necessitam de atenção antes de utilizar o sêmen nos procedimentos de inseminação.
Com técnicas laboratoriais, é possível avaliar a qualidade do sêmen, como concentração, morfologia e motilidade dos espermatozóides. A seguir, saiba mais sobre as novas técnicas de análise computadorizada, os principais pontos considerados na avaliação da morfologia espermática de equinos e o cenário ideal tido como padrão para o manejo reprodutivo.
Principais elementos considerados na avaliação
Para obter maior repetibilidade nos processos de avaliação da morfologia e da função espermática, há sistemas de análise computadorizada para executar essa investigação. Contudo, vale destacar que técnicas de refrigeração e congelamento do sêmen podem gerar danos nas funções dos espermatozóides, o que diminui as possibilidades de fertilidade e sucesso reprodutivo.
Um dos principais pontos da avaliação da morfologia espermática de equinos é a modificação, ou seja, danos na cabeça, peça intermediária e cauda do espermatozóide, identificados pela região da alteração ou classificados como defeitos primários e secundários.
Para executar o procedimento, utiliza-se, em laboratório por meio da microscopia, corante a fim de destacar o contorno das células. Outra forma é a câmara úmida, em que não há uso de corantes, e sim por microscopia de contraste de fase ou de contraste de interferência diferencial. Desse modo, os técnicos em laboratório conseguem identificar os seguintes aspectos:
- área da cabeça;
- diâmetros mínimo e máximo;
- percentual de acrossomo e fator de elipse.
Ainda, sobre a avaliação da morfologia espermática de equinos, deve-se usar sêmen fresco ou centrifugado e ressuspendido. A concentração deve ser de 200.000.000 de espermatozóides por mililitro. Para o resultado de problemas na morfologia, necessita investigar, no mínimo, 100 espermatozóides.
De acordo com o laudo da análise, o médico veterinário pode perceber se o cenário é o ideal ou não. É considerado padrão para a cabeça dos espermatozóides, entre cavalos férteis e subférteis, as seguintes medidas, respectivamente: 5,35 e 5,81 µm de comprimento; 2,79 e 2,90 µm de largura; 11,43 e 12,66 µm² de área e 13,76 e 14,68 µm de perímetro.
Importância da especialização
Com o avanço da biologia molecular espermática interligada às técnicas reprodutivas, é fundamental que o médico veterinário se especialize. Saber interpretar corretamente os resultados laboratoriais garante o manejo reprodutivo adequado e rigoroso, no qual serão utilizados apenas o sêmen dos garanhões com alto potencial genético. Além disso, o profissional consegue traçar um plano combinando outras tecnologias, como palpação retal das fêmeas, avaliação reprodutiva, transferência de embriões para as éguas, inseminação artificial, produção de embriões in vitro, emprego da ultrassonografia e sexagem fetal durante a gestação.
A capacitação profissional é essencial para uma boa avaliação da morfologia espermática de equinos e também em todas as etapas do manejo reprodutivo. O Curso de Exame Andrológico em Equinos – manipulação, avaliação e criopreservação de sêmen oferece aulas práticas para você executar corretamente esse procedimento de modo a garantir eficiência reprodutiva. Confira!
Fontes: Revista Veterinária; PUC PR; CBRA; CBRA; UFRGS.