Como fazer o armazenamento de sêmen equino: dicas e cuidados

armazenamento de sêmen equino

O armazenamento de sêmen equino já é uma realidade que vem trazendo diversos benefícios para os criadores. É um recurso que ajuda a acelerar e facilitar o melhoramento genético por meio da biotecnologia de inseminação artificial. Porém muitos fatores podem comprometer o sucesso e exigem total atenção para que a técnica ofereça todos os benefícios ao criador.

Existem diferentes tipos de uso do sêmen equino, cada um com suas particularidades, vantagens e desvantagens. Independente da escolha, ao manusear, armazenar, transportar ou descongelar é fundamental ter consciência das fragilidades e características dos espermatozóides.

Sabendo da relevância deste tema, preparamos este texto para explicar a importância de armazenar o sêmen corretamente e os diferentes tipos de uso. Além disso, explicamos como aumentar o prazo de validade, como o transporte deve ser feito, e dicas para aumentar as possibilidades de comercialização. Confira! 

Tipos de Armazenamento do Sêmen Equino

O principal objetivo da coleta de sêmen equino é utilizá-lo na inseminação artificial, sendo assim ele pode ser usado logo após a coleta ou até dias depois, de forma fresca, resfriada ou congelada.

Cada método de armazenamento e transporte possui vantagens e desvantagens que precisam ser levadas em consideração para se obter os resultados desejados.

Em todos os métodos é fundamental cuidar da higiene de todos os materiais na coleta e no armazenamento. Também é preciso ficar atento ao tempo e a temperatura ideal para cada tipo de armazenamento. 

Sêmen Fresco

O sêmen fresco é o que possui as melhores taxas de sucesso. Pode ser usado in natura ou diluído, desde que mantenha a temperatura de 37º C, e o tempo entre a coleta e a inseminação não deve ser maior que uma hora. Por isso é indicado quando o garanhão está em um lugar próximo a fêmea. 

No Brasil, o principal fator limitante ao uso de sêmen fresco é a grande extensão territorial. O alto metabolismo espermático à temperatura ambiente também é um problema que impede sua utilização de forma fresca horas após a coleta. Uma alternativa para esses dois limitantes é a refrigeração do sêmen.

Sêmen Refrigerado

O sêmen equino refrigerado permite direcionar melhor os acasalamentos, afinal é normalmente utilizado para possibilitar que um material genético de alta qualidade seja disseminado a longa distância.

Ele costuma ser o mais utilizado por permitir maior tempo de conservação, o que possibilita seu transporte. Assim é possível utilizar garanhões geneticamente superiores que ficam alojados em centrais de reprodução distantes, evitando o deslocamento das éguas até esses locais. 

Este tipo pode ser armazenado por um período de 24 a 36 horas sendo que a temperatura para reduzir o catabolismo espermático necessário para a preservação do ejaculado por longos períodos, deve ser entre  entre 15°C e 20°C  ou 4ºC e 5ºC, a depender da escolha do especialista. 

Na temperatura de refrigeração, a atividade metabólica dos espermatozóides e a formação de radicais livres diminui. Isso serve para gerar menor dano às células espermáticas. 

Para tal são usados diluidores de sêmen que servem para proteger os espermatozóides de condições desfavoráveis, além de prolongar sua sobrevivência durante a refrigeração e o transporte. 

Após o sêmen ser colhido e diluído ao meio de manutenção, um fator essencial para manter bons índices de fertilidade é cuidar do acondicionamento, este deve ser feito em recipientes desenvolvidos para este fim e próprios para o transporte quando for o caso.

Quando refrigerado da forma correta e usado em 24 horas, mantém a taxa de prenhez semelhante à do sêmen fresco. Já após 72 horas de armazenamento a viabilidade espermática começa a diminuir.

Sêmen Congelado

O sêmem equino congelado também é uma alternativa para os casos que exigem transporte de longa distância, porém ainda possui questões técnicas que necessitam ser resolvidas como a grande oscilação das taxas de prenhez e sua baixa fertilidade, isso acaba dificultando seu uso em larga escala.

Entre as principais vantagens do congelamento estão o fato de servir como banco de reserva genética para animais de alto padrão racial e comercial, a preservação contra a extinção de raças nativas e conservação de espécies ameaçadas, seleção de indivíduos e linhagens quanto à sua fertilidade e congelamento.

Além disso, propicia maior intercâmbio entre criatórios das mais variadas regiões e países, contribui para minimizar perdas econômicas com a morte de reprodutores de alto valor comercial ou que participem de programas de revitalização de raças.

Infelizmente ainda não existe uma técnica de criopreservação celular com 100% de sobrevivência após o congelamento e descongelamento. Assim, para que apresente capacidade fértil considerável quando aquecido novamente, é fundamental usar bons diluentes e agentes crioprotetores, para promover uma proteção celular contra o congelamento.

A temperatura de armazenamento é de -196ºC.

Dicas de cuidados e comercialização

Para garantir a comercialização do sêmen, o recomendado é que a coleta e todo o processo de armazenamento seja realizada por centrais regularizadas. Fique atento à higiene dos equipamentos, os métodos de coleta, o tempo máximo indicado para cada tipo e a temperatura dos recipientes usados durante o transporte.

Os cuidados devem começar ainda antes da coleta com a realização de exames físicos e a escolha do método de coleta. Depois da coleta é preciso separar as frações ricas em espermatozóides das frações gelatinosas do ejaculado imediatamente. O passo seguinte é o processamento do sêmen para a inseminação artificial. 

Somente profissionais especializados e experientes dominam todos os passos necessários e obrigatórios do processo, além de saber escolher a melhor opção de acordo com cada caso e assegurar o procedimento e o bem estar do animal durante o processo.

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Fontes:

PUBVET, Rev. Brasileira de Reprodução Animal, UNESP, Escola do Cavalo   

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