O parto das éguas é a etapa final da prenhez, que dura em média 12 meses, e também exige bastante atenção. Os cuidados que vieram desde a descoberta da gestação devem continuar para garantir a pronta recuperação das fêmeas e o desenvolvimento saudável do potro.
O acompanhamento de um profissional com conhecimento necessário para monitorar e saber quais medidas tomar em cada um dos três estágios que compõem o parto é fundamental.
Pensando nisso, reunimos os principais cuidados que envolvem um parto bem-sucedido e algumas dicas para evitar possíveis complicações nesta etapa final. Confira!
Estágios do parto das éguas
Antes de iniciar cada etapa do parto, o responsável pelo manejo deve preparar o ambiente onde a égua irá parir. O local precisa ser limpo, seguro, silencioso, livre de arames e de preferência com uma forragem adequada.
É recomendado transferir a fêmea prenha para o ambiente ao menos 30 dias antes para se adaptar e produzir anticorpos presentes no colostro para imunização do potro.
Com a preparação finalizada, é possível adentrar nas especificidades do parto, que possui três diferentes estágios:
- Ocorrem contrações uterinas coordenadas, que pressionam a placenta e a cérvix dilatada. A égua se apresenta inquieta e pode ocorrer presença de suor no pescoço, virilhas e entre as pernas.
- Após a ruptura da bolsa (alantocórion) liberando o fluido alantóide, é iniciado o segundo estágio. Aqui o potro já deve estar posicionado para sair, com a cabeça entre os dois membros anteriores e voltada para a saída da vagina. Embora as éguas sejam aptas a parir em pé, a maioria se posiciona deitada de lado. Este estágio tem duração de 20 a 30 minutos.
O início da passagem do potro no canal do parto, libera o hormônio ocitocina no organismo da égua, estimulando contrações uterinas e abdominais mais fortes que resultam em uma rápida expulsão do potro.
- O último estágio se inicia logo após o nascimento do potro. A égua continuará tendo contrações leves para expulsar a placenta e fazer a limpeza do útero. Não se deve puxar a placenta. A égua deve expulsá-la sozinha dentro de 30 a 90 minutos após o parto.
Possíveis riscos e complicações no parto
Algumas situações precisam ser observadas para que não haja complicações durante o parto. Por exemplo, se as contrações começaram ou aumentaram de 20 a 30 minutos e ainda não foi possível visualizar os cascos ou o focinho do potro, comunique um médico veterinário com urgência.
A recomendação também vale para a expulsão da placenta. Se em uma hora após o nascimento ela ainda não for expulsa por completo, avise imediatamente um profissional. A retenção de placenta em éguas pode causar sérias complicações e até mesmo levar o animal a óbito.
Logo após o parto das éguas, o primeiro ponto que requer atenção é o cordão umbilical. O momento certo para a ruptura é aquele em que já não se nota a pulsação do cordão. Após a ruptura, o coto umbilical do neonato pode ser tratado com uma solução de iodo. As paredes internas e externas também devem ter contato com o produto.
Outro cuidado pós-parto é livrar o recém-nascido de líquidos que podem obstruir as fossas nasais. Por fim, é essencial acompanhar o potro durante sua primeira amamentação. Evite intervenções desnecessárias neste momento.
Importância do monitoramento gestacional das éguas
O acompanhamento durante a gestação prevê a viabilidade fetal, possíveis complicações e consegue estimar a data do parto. A garantia de uma boa gestação abrange as trocas metabólicas entre o potro e a égua, e a manutenção de um ambiente intra-uterino saudável para o desenvolvimento fetal.
Assim, fazem parte do monitoramento gestacional: avaliação do histórico do animal, exame clínico obstétrico, ultrassonografia transretal e transabdominal. Uma dica para profissionais da medicina veterinária é investir em capacitação na área de Ultrassonografia.
Mesmo tomando todos os cuidados, é imprescindível saber prestar os primeiros cuidados ao neonato para que ele sobreviva e se desenvolva bem, além de estar preparado para agir em caso de emergências. Saiba agir em qualquer situação com o nosso Curso de Primeiros Socorros em Equinos!
Fontes: CPT Cursos Presenciais,Terceiro Tempo,Compre Rural, Cavalus, Anais do XXIII CBRA-2019