Processos inflamatórios caninos não são raros em consultórios e clínicas veterinárias. Entretanto, uma inflamação óssea que merece atenção é a panosteíte em cães. A doença é causada pela escassez óssea, levando a uma produção de um novo osso a partir de uma cavidade formada.
A panosteíte canina causa dor e claudicação, mas tem prognóstico favorável. Para evitar que ocorra lesões isoladas ou generalizadas, o médico veterinário deve obter um diagnóstico definitivo a partir da avaliação dos sinais clínicos e de exames.
Saiba mais sobre essa doença, também conhecida como dor do crescimento, suas causas e, principalmente, como diagnosticá-la ao longo do artigo abaixo. Boa leitura!
Como ocorre a panosteíte em cães
A panosteíte é uma doença do desenvolvimento de ossos longos ou articulações, que afeta principalmente cães machos de raças grandes, na faixa etária jovem, e de crescimento rápido, sem histórico de traumas ou exercício excessivo.
Também conhecida como osteomielite juvenil, enostose, panosteíte eosinofílica, ou ainda, panosteíte canina, a doença envolve áreas diafisárias, metafisárias e tubulares de ossos longos. É caracterizada por fibrose medular, ou seja, uma nova deposição óssea no endósteo e periósteo.
Na maior parte dos relatos, os membros dianteiros são os primeiros a serem afetados e logo após, o problema progride de perna em perna. A panosteíte em cães não tem uma causa determinada, mas uma alimentação muito rica em proteína, com alto valor calórico, agentes infecciosos, hiperestrogenismo e estresse são fatores que podem colaborar para o seu surgimento. Além disso, a etiologia da doença também aponta para a influência genética e hereditária.
Por isso, a panosteíte em cães é mais comum em algumas raças, tais como: Cão-da-Montanha-dos-Pirineus, Mastiff, Pastor Alemão, Shar Pei e Schnauzer Gigante.
Sinais clínicos da panosteíte canina
Os sintomas da panosteíte costumam ser intermitentes e por muito tempo, persistindo dos 2 aos 9 meses. Inicialmente o cão apresenta uma claudicação aguda, acompanhada de dor no local, febre, letargia e, em alguns casos, anorexia.
Por surgir de maneira súbita, os sinais clínicos preocupam o tutor, uma vez que não há histórico de traumatismo recente. Após o osso passar pelo ciclo da lesão, é improvável que ele seja afetado novamente, mas um outro osso desse mesmo membro pode ser afetado.
A incidência é maior nos ossos longos do apêndice torácico, rádio e úmero, quando comparado aos ossos do apêndice pélvico fêmur e tíbia. A panosteíte em cães também pode ocorrer em um ou mais membros simultaneamente, ou pode aparecer num membro, melhorar, e depois voltar a acontecer em outro membro.
Como realizar o diagnóstico correto
A panosteíte é considerada uma doença autolimitante, ou seja, sua resolução é espontânea, podendo eventualmente desaparecer com ou sem tratamento. Apesar disso, é necessário fornecer medicação para controlar a dor do animal. Anti-inflamatórios e analgésicos são regularmente receitados nesta patologia.
Entretanto, para chegar ao tratamento, o médico veterinário precisa estar seguro do diagnóstico até mesmo para moderar ou não exercício físico, já que este deve ser evitado quando o animal está bastante doloroso.
Somados aos sinais clínicos apresentados pelo tutor no consultório, a anamnese, a história clínica e a radiografia do membro são passos essenciais para o diagnóstico final. As lesões mostradas através da radiografia caracterizam-se por aumento de densidade, acentuando a cavidade medular. Durante a resolução, as áreas reduzem gradativamente de tamanho e densidade.
Radiograficamente, a panosteíte em cães é caracterizada pela perda da definição da trabeculação óssea e aumento da opacidade em topografia de canal medular. Mas, para chegar nesse conhecimento, é necessário pleno domínio em interpretação, anatomia e manejo de equipamento radiográfico.
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Fontes: Gazeta de SP; Redvet; Veterinários sobre rodas;Veterinária Promove.