Ecodopplercardiograma veterinário: funcionamento e recomendações em pequenos animais

O ecodopplercardiograma veterinário

O ecodopplercardiograma veterinário é um tipo de exame de imagem complexo e avançado realizado com o auxílio do ultrassom. De modo geral, ele tem como função analisar o funcionamento das estruturas que compõem o coração. Atualmente ele é amplamente utilizado na medicina veterinária de pequenos animais devido à sua precisão nos diagnósticos. Também permite que o veterinário avalie a dimensão e a função cardíaca do paciente. 

Desse modo, o ecodopplercardiograma veterinário é usado para alguns casos em que há suspeita de doenças cardíacas, sejam elas congênitas ou adquiridas, como cardiomiopatias ou valvopatias. Também é um exame essencial para avaliação pré-anestésica de animais que possuam algum problema e que serão submetidos à cirurgias. 

Apesar de ser uma demanda crescente, ainda são poucos os médicos veterinários que possuem conhecimento avançado nessa área. E você, quer saber mais sobre as aplicações do ecodopplercardiograma veterinário na clínica de pequenos animais? Continue a leitura desse artigo! 

Como funciona o ecodopplercardiograma veterinário?

O ecodopplercardiograma veterinário funciona a partir da mudança na frequência de um feixe de ultrassom que ocorre quando ele refletido a partir do movimento dos elementos celulares sanguíneos para medir a velocidade do fluxo sanguíneo. Dessa forma, esse feixe é transformado em imagem gráfica na tela do ultrassom. 

É importante que no momento do exame já exista um diagnóstico pré-estabelecido e o conhecimento da repercussão hemodinâmica da doença. Assim, a análise dos fluxos deve servir para comparar com as informações obtidas pelo ecocardiograma bidimensional e o modo M. 

A seguir, veja as principais técnicas de ecodopplercardiograma e como é o funcionamento! 

Doppler contínuo

Na técnica do doppler contínuo, é utilizado o transdutor de cristal que transmite e recebe os ecos simultaneamente. Dessa forma, o som é refletido a partir de todas as profundidades nas quais o raio de luz emitido pelo transdutor penetra. Com isso, a imagem do coração pode ser obtida de forma mais rápida identificando imediatamente fluxos anormais ( de velocidade e direção). 

Assim, a vantagem do doppler contínuo é captar fluxos de qualquer velocidade. Entretanto, não é possível diferenciar um alvo individualmente ou saber exatamente onde ele se encontra em relação ao transdutor. O que inviabiliza um mapeamento de áreas específicas. 

Doppler pulsado ou espectral

No doppler pulsado ou espectral, o transdutor irá emitir os pulsos de ultrassom em intervalos regulares e recebe o sinal refletido, ao mesmo tempo que compara com o que foi transmitido. 

Logo após a aquisição dos ecos sonoros, o processamento do sinal transforma várias ondas de frequência diferentes num espectro de frequências. O sistema de processamento distribui as frequências de deslocamento Doppler em um gráfico. 

Com isso, a onda pulsada irá permitir medir uma região específica dentro de um campo de imagem, possibilitando a determinação da velocidade do fluxo sanguíneo em uma região específica do coração. 

A diferença entre a frequência emitida e a refletida situa-se em uma faixa de frequência audível ao ouvido humano, ela é amplificada e enviada para os autofalantes do aparelho de ultrassonografia.  Dessa forma, o doppler pulsado permite, além de estudar uma parte pequena e específica, também a aferição das velocidades e pressão dos fluxos.

Mais do que isso, é útil na identificação e quantificação de regurgitações valvares, em análises da função diastólica dos ventrículos e na identificação de falhas em comunicações interatriais, interventriculares e interarteriais.

Doppler colorido

O doppler colorido constrói imagens codificadas de velocidade do fluxo do sanguíneo em cores sobrepostas às imagens anatômicas bidimensionais ou em modo M do coração.

O movimento do fluxo que se desloca em direção ao transdutor é mostrado em vermelho e o fluxo sanguíneo que se distancia do transdutor em azul. A variação entre esses dois valores é mostrada em verde e indica turbulência (velocidades e direções múltiplas de fluxo sanguíneo). Dessa maneira, a cor mais acentuada indica fluxo sanguíneo mais rápido e cor escura indica fluxo sanguíneo mais lento. Tais informações são essenciais para o diagnóstico de diversas cardiopatias. 

Quando usar o  ecodopplercardiograma veterinário? 

No dia a dia de uma clínica veterinária, as cardiopatias são bastante frequentes, principalmente em animais com predisposição genética. Ou ainda, quando estão acima de 10 anos de idade principalmente quando apresenta algum fator de risco, como a obesidade.

Por serem silenciosas e com poucos sinais evidentes em estágio inicial, apenas com o diagnóstico preciso é possível perceber a alteração e encaminhar o paciente para o tratamento adequado o quanto antes. O que reforça a necessidade de estimular o checkup veterinário anual, principalmente quando o animal possui pré-condições de risco.

Diante dos sintomas iniciais, algumas doenças cardíacas podem ser confirmadas a partir do ecodopplercardiograma. Dentre as mais comuns, podemos destacar: 

  • valvulopatias; 
  • cardiomiopatia dilatada;
  • persistência do ducto arenoso; 
  • estenose aórtica; 
  • estenose pulmonar; 
  • comunicação interatrial e a ventricular; 
  • tetralogia de fallot. 

Mais do que todas essas possibilidades, o ecodopplercardiograma veterinário também pode auxiliar o profissional no diagnóstico de tumores no coração e pericárdio. E também para identificar causas de insuficiência cardíaca. 

Portanto, o médico veterinário que atua com pequenos animais, precisa investir em capacitação.

Por isso, confira essa dica especial para você que quer ir além do básico na ultrassonografia:

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Fonte: Revisão Clínica Médica de Pequenos Animais

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