A ascite em cães é um problema comum no dia a dia de clínica veterinária. É uma doença que também é conhecida como derrame abdominal, ou, em termos mais populares, barriga d’água em cães. De modo geral, é causada pelo acúmulo de líquido no abdômen do animal e pode ter diferentes origens.
Os sinais da doença demoram a aparecer, o que faz com que os animais deem entrada no veterinário já em estágio mais avançado. É por isso que o profissional deve estar apto para diagnosticar a ascite de forma rápida, seja em um atendimento de emergência, seja em atendimento de rotina.
Neste artigo vamos explicar como a ascite em cães ocorre, quais os perigos de complicação e ainda listar os tratamentos mais recomendados. Boa leitura!
O que é Ascite em cães?
A doença chamada de ascite em cães é um tipo de derrame abdominal, que costuma ser popularmente conhecida como barriga d’água. Ela ocorre devido à uma acumulação anormal de fluidos (líquidos) na cavidade abdominal,que costumam ser originários dos órgãos internos, dos vasos sanguíneos ou dos nódulos linfáticos. O líquido acumulado pode ser classificado em transudado, transudado modificado, exsudado, quilo ou sangue.
Desse modo, a ascite em cães pode ter causas variadas, mas, geralmente, se desenvolve por um aumento da pressão hidrostática ou uma diminuição da pressão oncótica do plasma sanguíneo. A doença em si não necessariamente é um problema afinal, ela atua mais como consequência de outra enfermidade, despertando o sinal de alerta no médico veterinário. Por isso, é tão importante determinar a causa e o estado dos tecidos para indicar um tratamento eficaz.
Alguns animais conseguem conviver normalmente com o problema sem maiores complicações. Mas, em outros ela pode incomodar por ser bastante dolorosa. Ainda mais, em determinadas situações quando a doença não é tratada inicialmente, pode evoluir e causar problemas respiratórios graves.
É por essa razão que o tratamento varia conforme a causa e também da gravidade da doença.
Possíveis causas
Devido ao fato de a ascite ser mais uma consequência de outros problemas, são vários os fatores que levam ao seu surgimento. Alguns desses fatores estão relacionados aos hábitos de vida do animal como má alimentação, baixa ingestão de água ou falta de atividade física. Assim como também doenças pré-existentes, como as listadas a seguir:
- Insuficiência cardíaca;
- Baixos níveis de proteína no sangue;
- Doenças do fígado;
- Peritonite;
- Rotura de vasos sanguíneos;
- Transtornos de coagulação;
- Traumatismo com rotura de órgãos internos;
- Tumores com sangramento;
- Transtornos renais.
Sinais da ascite em cães
A distensão abdominal é a principal manifestação da ascite, uma vez que o líquido se acumula na região. No entanto, é possível observar outros sinais na hora da consulta tais como:
- Dores (principalmente abdominais);
- Dificuldade para respirar;
- Vômito;
- Perda de apetite;
- Letargia;
- Aumento de peso;
- Gemidos na hora de deitar;
- Umbigo achatado ou para fora (em casos mais graves).
Por tal razão, além da avaliação do animal é importante conversar com o tutor para que este explique quais as mudanças de comportamento o animal vem apresentando.
Diagnóstico
O diagnóstico do derrame abdominal não costuma ser complexo. Porém, como as causas são diversas, é imprescindível que o médico veterinário realize exames específicos para determinar a origem exata do problema.
Sendo assim, o primeiro passo para a identificação do problema deve ser a anamnese, ouvindo cuidadosamente o tutor. Após ouvir os relatos comportamentais, o profissional deve observar os sinais clínicos e fazer uma palpação abdominal cuidadosa para identificar a presença de líquido.
Em seguida, é preciso realizar exames clínicos: coletar o líquido acumulado e análises análises laboratoriais.
Para complementar o diagnóstico é essencial usar exames por imagem. O raio-x consegue mostrar a presença de líquido no abdome, assim como a ultrassonografia que também pode ser usada para identificar alterações nos órgãos bem como o sistema urinário como um todo.
Tratamentos mais comuns
O tratamento depende da causa e da gravidade da situação do paciente. Geralmente pode ser feito a partir de mudanças na alimentação ou com medicamentos, como antibióticos para infecção, ou diuréticos em casos renais.
Nesse sentido, vale lembrar que o objetivo principal do tratamento é retirar a causa, para que o líquido não volte a acumular e consequentemente aliviar o incômodo.
Por exemplo, se a causa primária da enfermidade for uma infecção, serão receitados medicamentos com ação antibiótica. Entretanto, caso o motivo seja um tumor, a intervenção cirúrgica é a melhor maneira de solucionar o problema.
Após o início do tratamento, o médico veterinário, deve acompanhar o paciente regularmente para avaliar como está a sua resposta e se for necessário trocar a medicação.
Como prevenir
Alguns cuidados simples podem ajudar a prevenir a ascite, por essa razão, é essencial orientar os tutores sobre a sua importância. Entre eles pode-se destacar:
- Visitar o médico veterinário periodicamente;
- Oferecer alimentos de qualidade e com baixa quantidade de sal;
- Orientar os tutores sobre o perigo de medicar o animal e jamais oferecer medicamentos de uso humano;
- Reduzir os riscos de acidentes e traumatismo, mantendo o animal em lugares seguros. Nos passeios e caminhadas, usar coleiras ou guia;
- Seguir rigorosamente o programa de vacinação.
Todos esses cuidados são importantes para evitar que o animal desenvolva a ascite, que, se não tratada, pode levar a sérias consequências.
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Fontes: Blog do Shop Veterinário; Canal do Pet; Perito Animal