Entenda as causas e tratamentos da anemia hemolítica em cães

anemia hemolítica
Cães da raça Cocker Spaniel têm maior predisposição à doença

A anemia hemolítica em cães é uma doença frequente na clínica de pequenos animais, que se caracteriza pela destruição imunomediada dos eritrócitos. Isto é, essa ação tem o resultado na diminuição acentuada dos glóbulos vermelhos dos animais antes que eles completem seu ciclo de vida normal. Eles são responsáveis pelo transporte de oxigênio no sangue e quando são alterados diversos órgãos são acometidos.

A enfermidade, é mais comum em cães do que em gatos e pode ocorrer em qualquer idade ou raça do animal. Mas, em especial o Poodle, Sheepdog e Cocker Spaniel são as mais acometidas.

Ainda podemos destacar que a anemia hemolítica em cães pode acontecer em decorrência de outro problema. Como por exemplo, desordens infecciosas ou neoplásicas. E mais, a presença da verminose ancilostomose, uma espécie de verme que vive no intestino e se alimenta de sangue, também pode causar a enfermidade.

O problema também pode ser causado por ectoparasitas no corpo do animal, como piolhos, pulgas e carrapatos. Pois, esses parasitas se alimentam de sangue e ainda são desencadeadores de outras enfermidades como a babesiose. Por isso, neste artigo, vamos explicar para você todos os detalhes da doença. Então, é só continuar a leitura!

Sinais da anemia hemolítica em cães

A anemia hemolítica imunomediada (AHIM) é decorrente da redução do número de eritrócitos em decorrência da destruição por imunoglobulinas ou pelo sistema complemento – hemólise intravascular ou ainda, pela remoção
promovida pelo sistema monocítico fagocitário – hemólise extravascular.

Desse modo, a anemia hemolítica em cães pode ser associada como causa
frequente do desenvolvimento de quadros anêmicos agudos em cães, podendo ter diferentes manifestações clínicas, responsivas ou não à terapia imunossupressiva única com corticosteróides, algumas vezes evoluindo
desfavoravelmente, podendo levar ao óbito.

Além da palidez da pele, membrana e gengiva ainda podemos destacar outros indícios característicos e frequentes da enfermidade, confira:

  • febre;
  • apatia;
  • vômito;
  • tontura;
  • fraqueza;
  • palpitação;
  • intolerância ao exercício.

É importante destacar que ao perceber qualquer um dos sinais clínicos da enfermidade é necessário encaminhar o animal a uma análise mais apurada.

Tipos de anemia em cães

Mesmo que toda anemia seja a diminuição das células vermelhas e, consequentemente, da hemoglobina em circulação, existem diferentes tipos e causas da enfermidade:

  1. Anemia regenerativa hemorrágica: acontece quando o animal perde muito sangue. Em geral, ocorre após um acidente, trauma ou a ruptura de algum órgão. Ela é regenerativa, pois a medula óssea, responsável pela produção de células vermelhas, funciona normalmente e se a hemorragia for contida será reposto o que foi perdido.
  2. Anemia regenerativa hemolítica: se caracteriza pela destruição precoce das hemácias, sem que seu ciclo de vida seja completo. É típica de doenças autoimunes. Acontece na leptospirose e em intoxicações.
  3. Anemia arregenerativa por depressão da medula óssea: quando a produção de hemácias está prejudicada em decorrência de alguma patologia. Isto é, erliquiose (conhecida popularmente como doença do carrapato) ou parvovirose.
  4. Anemia arregenerativa por deficiência nutricional: a mais comum e simples de ser tratada. Ela é decorrente de uma dieta baixa em nutrientes. Por isso, o corpo do animal não consegue produzir hemácias o suficiente.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico da anemia hemolítica é baseado na anamnese do animal pois a icterícia (presença da cor amarelada na pele) é facilmente observada. Além disso, é utilizado o exame de mielograma. Em relação ao tratamento, para ser eficaz, deve ser distinguido antes se a doença é primária ou secundária. Já que, a primária requer uma terapia imunossupressora mais agressiva. Porém, a secundária raramente responde bem sem que a causa da primária seja eliminada. E mais, em alguns casos pode até piorar com a terapia imunossupressora.

O tratamento suporte mais importante para pacientes com anemia severa é manter adequada a oxigenação tecidual. Esta deve ser realizada por meio da manutenção da volemia, já que alguns desses pacientes se encontram desidratados, além de repouso, oxigenoterapia e transfusão sanguínea.
A transfusão sanguínea é indicada quando sinais clínicos como taquipnéia, dispnéia e taquicardia são intensos, demostrando severa hipóxia tecidual.
Aproximadamente 70% a 90% dos pacientes com AHIM requerem transfusão sanguínea, com uma grande porcentagem recebendo múltiplas
transfusões.

Dependendo do quadro clínico instalado no animal, o tratamento pode levar semanas. Sem contar que ainda é indicado que o tutor ofereça um local tranquilo, evite ao máximo o excesso de exercícios e forneça uma ração balanceada.

Prevenção é a melhor alternativa para evitar a anemia hemolítica em cães

A realização da medicina preventiva é a melhor maneira de se evitar a enfermidade. Então, veja como orientar os tutores em relação aos cuidados necessários:

  • manter vacinação em dia;
  • deixar o animal longe de ectoparasitas;
  • evitar ao máximo acidentes que podem ocasionar perda de sangue;
  • fornecer uma alimentação balanceada que supra todos os nutrientes necessários.

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Fontes: Revista Veterinária e Blog Petz