A transferência de embriões em tempo fixo – ou apenas TETF – é uma ferramenta reprodutiva importante quando falamos de melhoramento genético. Cada vez ganhando mais espaço no Brasil e no mundo, esta técnica consiste na multiplicação do material genético de fêmeas de alto valor, de forma mais rápida do que o convencional.
Para que a biotecnologia dê certo é necessário seguir uma rotina, uma vez que todo o processo acontece em etapas. Além disso, alguns parâmetros devem ser observados para a elaboração de um programa eficiente e adequado.
Se você tem interesse em saber como gerar alto padrão na genética dos rebanhos, continue a leitura deste artigo e se informe!
Como realizar a TETF em bovinos
O primeiro passo para realizar a técnica é selecionar as fêmeas doadoras. As escolhidas devem ser aquelas de maior valor genético e aquelas cujas características sejam interessantes para o rebanho. Em seguida, através da aplicação de hormônios específicos, ocorre uma superovulação na vaca que, ao invés de liberar apenas um ovócito (óvulo), que seria o processo natural, libera vários.
O passo seguinte consiste em inseminar artificialmente a fêmea e, sete dias depois, fazer-se uma lavagem uterina para recolher os óvulos já fertilizados. Em laboratório, os embriões viáveis são identificados e separados, podendo ser congelados ou transferidos imediatamente para o útero da fêmea escolhida previamente como receptora.
Durante a rotina da TETF também é fundamental a escolha do touro. Estes também são selecionados por maior valor genético e devem passar pela realização do exame andrológico. Vale ressaltar que seja por monta natural ou inseminação artificial, o sêmen deve ser de boa qualidade para garantir a eficácia do programa.
Outro ponto importante é a avaliação do embrião. Nesta etapa devem ser observados se estão classificados quanto aos critérios desejáveis e se não apresentam anomalias morfológicas.
Vantagens do uso da técnica
Quando se trata de TETF em bovinos a principal vantagem é a multiplicação do material genético de fêmeas de alto valor, promovendo o aprimoramento genético do maior número de filhotes gerados.
Para além desses benefícios, também merecem destaque:
- Comercialização de material genético por meio de embriões congelados;
- Obtenção de descendentes mesmo quando a doadora estiver morta, a partir da criopreservação;
- Aumento das características mais importantes para a produtividade e para a melhoria da caracterização racial do plantel;
- Possibilidade de escolher exatamente o grau de sangue desejado (animais meio sangue e três quartos);
- Manejo de reprodução bem definido na propriedade.
Uso da ultrassonografia na TETF em bovinos
O avanço na tecnologia de exames de imagem possibilitaram sua inclusão em diversas áreas da medicina veterinária. Com a ultrassonografia não foi diferente e, além disso, o exame é essencial na técnica de TETF.
Em programas de manejo reprodutivo, o ultrassom permite a avaliação dos órgãos reprodutivos para diversos fins, como: monitoramento da dinâmica folicular, exame do processo de ovulação. morfologia do corpo lúteo (CL), diagnóstico de gestação, avaliação da viabilidade embrionária e fetal e seleção de receptoras de embriões com maior receptividade.
De maneira geral, a ultrassonografia é uma forma de avaliar e acompanhar todas as etapas da TETF em uma vaca receptora. Porém, gerar resultados de qualidade e precisos requerem conhecimento do profissional tanto no que diz respeito à anatomia bovina quanto ao manuseio do equipamento.
Em suma, a TETF em bovinos é mais segura e eficiente quando há conhecimento por parte do médico veterinário. Para continuar se atualizando e aumentando seu portfólio em melhoramento genético, veja como a Pós-graduação em Reprodução e Produção de Bovinos vai te ajudar as principais biotécnicas do mercado.
Fontes: ARÊAS, V.S; Rev. Bras. Reprod. Anim., Belo Horizonte, v.41, n.1, p.140-150; CPT Cursos Presenciais 1; CPT Cursos Presenciais 2; Shop Veterinário.