A pecuária nacional vem conquistando um espaço cada vez maior no mercado, alcançado, hoje, o título de maior rebanho comercial do mundo. Assim, o uso de tecnologias é uma realidade para aperfeiçoar o manejo reprodutivo de bovinos no Brasil. Contudo, tendo em vista essas inovações, é preciso que o pecuarista siga algumas etapas e tome algumas precauções, para que sua fazenda tenha um alto desempenho reprodutivo.
Se interessou pelas fases do manejo reprodutivo e suas técnicas? Continue a leitura e saiba mais!
1. Organização da Propriedade
Primordialmente, é preciso que a fazenda esteja devidamente preparada para o manejo reprodutivo de bovinos, por meio do levantamento de dados sobre a produção. Dessa forma, é preciso analisar informações como os objetivos do negócio, o lucro esperado e possíveis pontos fortes e fracos. Assim, a partir dessas considerações, a propriedade deve ser organizada para que as metas estabelecidas sejam alcançadas.
Para que esse monitoramento seja efetivamente realizado, é necessário que o veterinário esteja capacitado para realizar esse trabalho e que domine os conhecimentos acerca dos índices reprodutivos, guiando as decisões tomadas para que o manejo reprodutivo de bovinos de corte seja feito da melhor maneira.
2. Manejo Nutricional
Outra etapa essencial para o manejo reprodutivo de bovinos é a garantia de um manejo nutricional de qualidade e que supra as necessidades do rebanho. Mesmo que, em geral, os animais precisem de água, vitamina, proteína e fibra, é de extrema importância que o produtor saiba quais as exigências de seus animais.
Bovinos de corte e de leite possuem demandas diferentes, que devem ser atendidas para que sua qualidade de vida não seja afetada. Além disso, essas necessidades específicas podem variar de acordo com a raça, a idade, o peso, categoria ou estado fisiológico.
Assim, reconhecendo essas características e compreendendo suas exigências, é possível estabelecer uma estratégia nutricional de qualidade e que garanta o bem estar dos animais do rebanho. Dessa forma, é imprescindível que o profissional que realizará esse trabalho deve dominar as técnicas nutricionais do manejo reprodutivo de bovinos para determinar a dieta dos animais.
3. Seleção de animais para a reprodução
Escolher os touros e vacas para a reprodução também é uma tarefa que requer preparo do profissional.
Selecionar as fêmeas para o manejo reprodutivo de bovinos de corte exige a avaliação de algumas das características de cada animal, tais como escore corporal, condição das estruturas reprodutivas (por meio de um exame ginecológico) e época de parição. Identificar essas particularidades de cada fêmea é essencial para garantir gestações e a fertilidade geral da fazenda.
Realizar o exame ginecológico também é uma prática que não pode ser negligenciada no manejo reprodutivo de bovinos. Promover essa avaliação periodicamente é uma maneira de evitar uma mistura dos lotes por uma possível gestação acidental, além de analisar a saúde do útero e dos ovários, procurando por possíveis anormalidades.
Já na seleção de touros para a reprodução de bovinos de corte, os aspectos que devem ser considerados são os relacionados ao índice de fertilidade do animal. Assim, com a utilização de touros selecionados, é possível atingir os níveis desejados de eficiência reprodutiva.
Uma etapa importante para que essa seleção seja feita e traga bons resultados é a realização de um exame andrológico. Assim, por meio dessa avaliação, o profissional deve analisar os animais quanto à sua saúde geral e quanto ao seu comportamento sexual. Além disso, por meio de um espermograma, o sêmen do touro também deve ser analisado.
4. Estação de Monta
Para se definir a melhor época para a monta dos animais de corte, é preciso determinar o regime de chuvas do local, uma vez que essas duas circunstâncias estão diretamente relacionadas, já que as forragens se encontram em maior quantidade e mais disponíveis com as variações climáticas entre os períodos chuvosos e secos.
No Brasil, essa atividade é geralmente iniciada com as primeiras chuvas. Contudo, em razão da dimensão continental do país, as estações de monta de bovinos de corte variam de época.
Para que a monta seja realizada no momento certo, é necessário também regular o período de desmama dos bezerros. Dessa forma, para que a estação de monta de bovinos de corte aconteça entre os meses de outubro e dezembro, é preciso que os animais mais novos sejam separados de suas mães entre março e maio, período que apresenta grande disponibilidade de pastagens.
É importante lembrar que, em relação ao gado de leite, a estação de monta é planejada por lotes, de maneira que o produtor sempre tenha animais em lactação.
Regular a estação de monta dos animais é uma estratégia do manejo reprodutivo de bovinos que traz diversos benefícios. É uma prática adotada que otimiza o tempo das atividades da fazenda, favorece a utilização das forragens e padroniza os lotes de bezerros nascidos.
5. Aplicação de Biotécnicas reprodutivas
Para garantir o sucesso do manejo reprodutivo de bovinos, é necessário investir e dominar as biotécnicas aplicadas nessa área. Dessa forma, é possível alcançar bons resultados quantitativos e qualitativos.
Conheça algumas dessas biotécnicas a seguir!
Palpação retal
Essa técnica consiste na avaliação dos órgãos internos do sistema reprodutor. Também, com a palpação, é possível detectar gestações e confirmar a viabilidade fetal. Além disso, esse exame permite determinar o ciclo estral das fêmeas da fazenda, por meio da análise do corpo lúteo.
Inseminação artificial e IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo)
As inseminações artificiais se dão a partir da deposição mecânica do sêmen bovino no trato reprodutivo da fêmea, substituindo, assim, a monta natural. Esse procedimento é feito depois da higienização do animal com o estro já identificado. Depois dessa etapa, o sêmen é descongelado e preparado para ser introduzido no útero bovino.
Já a IATF consiste na sincronização dos cios de todas as fêmeas da fazenda, permitindo que sejam fecundadas ao mesmo tempo, dispensando a fiscalização dos ciclos estrais. Esse método é realizado por meio do uso de hormônios semelhantes aos que são naturalmente produzidos pelos animais.
Uma das vantagens do uso dessas técnicas é o rápido melhoramento genético que possibilita, uma vez que permite a padronização das características almejadas por cada pecuarista.
Sexagem fetal
Essa biotécnica reprodutiva permite identificar o sexo dos fetos de maneira precoce. Assim, a partir dessa determinação, é possível interromper a gestação caso o sexo do embrião não seja o desejado pelo produtor (especialmente no rebanho leiteiro).
Identificar o sexo dos fetos tem se mostrado de extrema importância para o manejo reprodutivo de bovinos, uma vez que permite o planejamento do rebanho e a comercialização de fetos e fêmeas gestantes.
Aspiração folicular para fertilização in vitro (FIV)
A aspiração folicular consiste na remoção de óvulos imaturos, que serão, posteriormente, selecionados para a FIV. As células são fecundadas e, em seguida, transferidas para outras fêmeas receptoras. Dessa forma, uma mesma fêmea possuirá mais embriões com características desejadas ao pecuarista, garantindo uma qualidade genética elevada e aproveitando as fêmeas do rebanho.
Analisando as informações descritas, é possível concluir que existem diversas etapas do manejo reprodutivo de bovinos que devem ser seguidas, cada uma com técnicas específicas que, quando são dominadas pelos profissionais que atuam nessa área, contribuem fortemente para a eficiência do rebanho. Assim, a escolha de veterinários capacitados é o diferencial da fazenda que atinge os níveis de fertilidade desejados.
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Fontes: Shop Veterinário, CPT Cursos Presenciais, Revista Brasileira de Reprodução Animal.