Uma das principais etapas do manejo reprodutivo do rebanho é a inseminação artificial em vacas. Trata-se de um conjunto de técnicas para melhoramento genético visando aumentar a taxa de reprodução do rebanho e ter animais com elevado potencial genético.
A inseminação artificial em vacas consiste na deposição do sêmen bovino no aparelho reprodutor da fêmea. Para tanto, deve-se seguir uma série de protocolos para alcançar o sucesso ao final, que é uma gestação bem-sucedida e o retorno da vaca ao serviço no menor tempo possível.
Com o crescimento da população bovina e a necessidades ter uma produção mais eficiente do ponto de vista econômico, a inseminação possibilita empregar o sêmen de touros de alta performance, padronizar o rebanho, reduzir o contágio de doenças sexualmente transmissíveis entre os animais, garantir o controle zootécnico e aumentar a quantidade de nascimentos.
Conheça o passo a passo para realização do procedimento e entenda como cada etapa deve ser executada. Veja ainda os cuidados exigidos com os animais.
Etapas da inseminação artificial em vacas
É fundamental que todas as etapas da inseminação artificial em vacas sejam conduzidas por profissionais especializados na área de reprodução bovina, visto que a segurança da execução correta e a manutenção do bem-estar animal serão garantidas com responsabilidade. Confira o passo a passo.
Verificação do cio
O primeiro passo é a checagem do cio das vacas. Deve-se examinar quais animais estão aptos para a inseminação. Após reconhecê-los, separe as fêmeas para checagem de dados dos últimos meses.
As vacas com cio durante a manhã precisam ser inseminadas à tarde. Já aquelas que apresentaram cio durante o período da tarde, devem ser inseminadas na manhã do dia seguinte em um intervalo de, no máximo, 12 horas entre a detecção e o procedimento.
Reúna todos os materiais para a inseminação artificial em vacas
Ter organização para realização do procedimento é essencial. Assim, reúna todos os materiais que serão usados, como os termômetros, aplicadores, luvas descartáveis, botijão de nitrogênio líquido, entre outros, e tenha-os próximos ao seu alcance.
Contenção e limpeza do reto da vaca
O próximo passo é fazer a contenção da vaca prendendo sua cauda de modo a favorecer o procedimento. O inseminador deve colocar luvas descartáveis e começar a limpeza do reto.
Nesse estágio, o exame do colo uterino, também conhecido como cérvix, precisa ser feito massageando com o objetivo de perceber o estado do corrimento vaginal. Esse muco deve ter aspecto límpido e translúcido, semelhante à clara de ovo. Por fim, retire a luva e descarte-a corretamente.
Retirada do sêmen do botijão de nitrogênio
Antes de começar a inseminação artificial em vacas, deixe apenas a ponta da bainha para fora, onde será acoplada a palheta. Deixe também água em temperatura de 35 a 37ºC para descongelar o sêmen durante 30 segundos. Use sempre um termômetro para ter controle da temperatura e não causar nenhum dano ao produto.
Retire a palheta de sêmen com uma pinça. Essa etapa não deve ser demorada. Se a escolha do sêmen, por alguma razão, prolongar, é necessário introduzir o caneco no nitrogênio para não perder temperatura e causar danos.
Após o descongelamento na água, seque a palheta e encaixe-a à bainha e depois à cânula do aplicador.
Fase de inseminação artificial em vacas
Coloque outra luva. Abra a vulva da vaca e coloque o aplicador de forma um pouco inclinada em direção superior à vagina. A introdução deve ser até o fundo de saco vagina.
Com a mão no reto, encontre o colo uterino e encaminhe o aplicador até a entrada. Movimente a mão delicadamente. O sêmen deve ser aplicado após o último anel do cérvix. Retire cada uma das mãos delicadamente e, por fim, massageie o clítoris. Solte o animal. Desmonte e descarte os materiais usados, higienize e esterilize os equipamentos usados.
Cuidados importantes
A inseminação artificial em vacas exige, contudo, que os profissionais tenham cuidados na realização do passo a passo. O primeiro é saber se a fêmea está no cio e, assim, apta a ser inseminada. A recomendação é verificar duas vezes durante o dia, preferencialmente no começo da manhã e no fim da tarde, durante uma hora. O cio é indicado quando a fêmea aceita a monta natural.
Ainda, é importante ter em mãos o histórico animal. Por exemplo, se há registro de algum problema ou se a fêmea tenha dado à luz com 45 dias, não se pode fazer a inseminação artificial em vacas, pois não estão aptas para o procedimento e haverá prejuízos reprodutivos.
A higiene é primordial para todo o procedimento, desde os equipamentos ao local onde será realizado. Outra dica é ter relatórios para anotar a data da inseminação artificial em vacas, nome e número dos animais envolvidos, partida do sêmen, identificação do profissional condutor e as etapas gestacionais da fêmea.
Os protocolos de IATF podem ajudar a obter melhores resultados, pois evitam perdas de cio. Assim, a lucratividade de seu negócio aumentará juntamente aos resultados das gestações e o número de bezerros nascidos.
Por isso, invista em capacitação profissional e eleve seus atendimentos nessa área da veterinária em crescimento. A Pós-graduação em Reprodução e Produção de Bovinos, oferece aulas práticas para você aprender essa e outras técnicas fundamentais no manejo reprodutivo e se qualificar no manejo reprodutivo.
Fontes: CNA Brasil; Royal Máquinas; InfoEscola; Lance Rural; Fundação Roge.