Conheça as principais doenças do gado leiteiro e como evitá-las!

Principais doenças do gado leiteiro [você não pode ignorar a número #8]

As doenças do gado leiteiro causam diversos prejuízos econômicos. Em razão disso, os pecuaristas estão mais empenhados em criar uma forma de controle mais cuidadosa com seu rebanho contra as enfermidades.

Afinal, a maioria das doenças podem ser evitadas ou tratadas logo no início. 

A produção de leite e derivados corresponde a uma das principais fontes de cálcio e proteína para a população brasileira. Além, de ser reconhecida como grande geradora de renda, tributos e empregos. 

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a pecuária leiteira está presente em aproximadamente 40% das propriedades rurais do Brasil.

Ao ser acometido por alguma enfermidade, o gado leiteiro tem a sua produtividade afetada. Então, você, produtor rural deve proteger seu rebanho de todas elas. Mas, para resguardá-lo das enfermidades primeiro você precisa conhecer os sinais delas, não é mesmo?

Dada a relevância de tal assunto, não tínhamos como iniciar esse artigo sem apresentar os sintomas de que a saúde do animal não vai bem, veja em seguida:

Sinais das principais doenças do rebanho leiteiro

Objetivo de todo produtor é manter o seu gado saudável e com boa aparência. Então, deixá-lo livre de doenças é essencial para o sucesso do seu negócio. Pois, o animal doente traz prejuízos pela diminuição da produtividade e, consequentemente, acarreta diminuição do seu lucro.

É preciso que você esteja atento aos sinais de enfermidades. Como por exemplo:

  • febre;
  • fraqueza;
  • perda de peso;
  • baixa produtividade;
  • dificuldade de locomoção.

Com o intuito, de identificar as doenças de forma correta e obter o diagnóstico certo, é importante o médico veterinário acompanhar desde o início.

Para que você, produtor rural, saiba como combater as doenças e preveni-las, você precisa conhecê-las! Então, veja a seguir qual o tratamento mais indicado:

Babesiose

A babesiose/anaplasmose, ou tristeza parasitária bovina, é uma infecção causada por parasitas. Esses seres se instalam no organismo e se reproduzem nas hemácias causando a destruição das células vermelhas do sangue. 

Os sinais que o animal apresenta são mais perceptíveis quando a infecção está ativa, e incluem: 

  • uma forte anemia hemolítica;
  •  fraqueza;
  • febre alta;
  •  coagulação intravascular;
  •  quebra de leite;
  •  constipação;
  •  icterícia;
  •  depressão; 
  •  desidratação; 
  •  respiração ofegante;
  •  falta de apetite. 

Os vetores responsáveis pela babesiose são os carrapatos. Mas, também podem ocorrer devido a alguns fatores como raça, resistência imunológica do animal, estação do ano, tipo de pastagem e a idade podem pré dispor o seu surgimento.

A identificação da doença pode ser difícil, já que apenas 1% das hemácias são infectadas. Sendo assim, a enfermidade causa a diminuição da produtividade do animal e pode até levar à morte, caso não sejam tomados os devidos cuidados. 

Clostridiose 

A clostridiose é uma intoxicação causada por bactérias anaeróbias que estão presentes geralmente no solo e no tubo digestivo dos animais, até mesmo dos sadios. 

Os principais sinais são: mastigação e deglutição, paralisia dos músculos da locomoção e pode também levar à morte em decorrência de uma paralisia respiratória.

As clostridioses podem ser classificadas em quatro grupos:

  • Neurotrópicas – Botulismo e tétano estão neste grupo;
  • Mionecrosantes – Gangrena gasosa, também chamada de edema maligno, é uma das principais doenças mionecrosantes;
  • Entéricas/enterotoxêmicas – Enterite hemorrágica aguda é um exemplo de clostridiose entérica;
  • Hepatonecróticas – Hepatite necrótica é uma das doenças mais comuns deste tipo de clostridiose;

Os sinais e as causas variam de acordo com a classificação da clostridiose. No botulismo, por exemplo, o animal pode ser infectado se consumir água ou alimentos que estejam contaminados. 

Por isso, é importante o médico veterinário conhecer o tipo de clostridiose para tratar de forma correta e prevenir sua disseminação. De uma forma geral, a prevenção é feita mediante vacinas e o tratamento é feito com antibióticos e antitoxinas.

Febre Aftosa

A Febre aftosa é uma doença viral, que é altamente contagiosa e é transmitida pela saliva/baba ou sangue dos animais infectados.

Outras formas de transmissão são: por aves, pela água e por pessoas que tiveram ou têm contato com o rebanho. 

O vírus que causa a doença é muito resistente, e permanece ativo no couro, na medula óssea – mesmo após a morte do animal – e também no pasto.

Entre os principais sinais estão: salivação, falta de apetite, febre alta, anorexia, cansaço, depressão, machucados no casco – que causam dificuldades de locomoção para o animal – e aftas na boca, na gengiva e na língua.

No Brasil, desde o terceiro mês de vida, o gado precisa ser obrigatoriamente vacinado a cada seis meses contra a doença. Mas, ainda é muito importante desinfetar o local para que outros animais não sejam contaminados. 

Brucelose

A Brucelose é uma doença bovina causada por uma bactéria. Essa enfermidade também pode ser transmitida para o ser humano pela ingestão de leite e derivados contaminados, pelo contato com sangue ou esterco dos animais.

No organismo dos bovinos, a bactéria é disseminada pela corrente sanguínea e contamina vários tecidos do animal. 

Os principais sinais são: o aborto em torno do 6-7 mês da primeira gestação, nascimento de bezerros mortos ou fracos. Já nos machos, pode ocorrer a inflamação nos testículos. A Brucelose também pode deixar o animal infértil.

Para você que quer proteger seu rebanho da brucelose veja esse artigo: Brucelose Bovina: Dicas de como deixar seu rebanho leiteiro livre dela

Tuberculose

Com poucos sinais que são perceptíveis, a tuberculose é uma zoonose causada por uma bactéria. Ela tem uma evolução crônica que acarreta na fraqueza e dificuldade respiratória dos animais, tosse seca e perda de peso.

Os sinais aparecem no estágio final da enfermidade fazendo com que o diagnóstico seja mais difícil. Dessa forma, a produção de leite pode ser muito prejudicada pelos animais que estão infectados.

Não existe tratamento ou vacina. Por isso, para deixar seu gado leiteiro livre dela você deve adotar medidas de prevenção.

Como por exemplo, adotar as medidas do Programa Nacional de Prevenção e Erradicação da Tuberculose, que já existe no Brasil desde 2001. Ele tem como objetivo eliminar animais que são identificados como positivos e incentivar que seja feita a certificação dos rebanhos que já estão livres da doença.

Se um animal for classificado como positivo para tuberculose bovina, sabemos que ele deve ser abatido em no máximo 30 dias.

Já nos casos em que os resultados são inconclusivos, deve esperar um intervalo de 60 a 90 dias, para realizar um re-teste.

Sendo que, é importante aguardar esse prazo, pois após uma avaliação, o animal reduz sua capacidade de responder a novos testes.

Mamites ou mastites

É uma das doenças mais comuns do gado leiteiro, e a sua principal característica é uma inflamação que acontece nas glândulas mamárias do animal. 

Geralmente, é causada por uma infecção originária de bactérias e sua contaminação acontece por falta de higiene no local que a vaca fica, no modo como a ordenha é feita. Por isso, para evitar a mastite todo cuidado e manejo são fundamentais.

Os sinais incluem úbere avermelhado, quente e inchado. Também pode afetar o leite, saindo mais grosso ou aguado, com coágulos ou flocos. O tratamento pode variar de acordo com a gravidade. 

De uma forma geral, é necessário fazer a ordenha da vaca doente cerca de quatro vezes por dia e, depois da última ordenha, dar medicamentos, quando necessário.

Além das perdas econômicas a mastite bovina também causa sérios riscos à saúde humana. Pois, o animal enfermo elimina os microrganismos e toxinas no leite consumido.

Quer saber mais sobre essa enfermidade? Então, dê uma olhadinha neste artigo: Mastite bovina: entenda a doença que causa redução da produção de leite

Verminoses

Outra doença que pode atrapalhar a produção de leite são as verminoses. Em alguns casos elas podem causar a morte do animal.

Ainda mais, 95% dos casos elas não apresentam sinais aparentes. Sendo assim, na maioria das vezes a doença só é percebida quando está em estágio avançado.

Para evitar que a enfermidade afete o gado leiteiro, é fundamental fazer o controle de parasitas. É muito importante que os animais sejam vermifugados na época certa.

Doenças de cascos

É um conjunto de doenças que afetam a extremidade dos membros incluindo, a pele, tecidos subcutâneo e córneo, ossos, articulações e ligamentos.

Elas representam uma das principais doenças do gado leiteiro, entre suas principais causas podemos destacar:

  • dietas ricas em carboidratos;
  • falta de apara anual dos cascos;
  • ausência de higiene nas instalações;
  • pisos úmidos, ásperos e com irregularidades.

Para evitar que as doenças de cascos acometem seu gado leiteiro, você produtor rural, deve realizar o casqueamento preventivo, confira: Casqueamento Preventivo e Correção de Aprumos em Bovinos: Tudo que você precisa saber!

  Leptospirose

Causada por uma bactéria que se aloja no fígado e nos rins, ocasionando destruição das células vermelhas do sangue ou hemólise. Ela pode ser passada por contato com animal infectado, alimentos e água contaminados.

Os principais sinais são: abortamento, urina avermelhada e queda acentuada na produção de leite.

Medidas de manejo para evitar doenças do gado leiteiro

O maior aliado da prevenção de enfermidades é o manejo correto do gado, fundamental para seu sucesso, produtor rural. Dessa forma, é preciso ficar atento tanto com a nutrição quanto para higiene dos animais.

Medidas simples para o aumentar a higiene das instalações e melhorar a alimentação objetivam na prevenção de doenças, aumentam a produtividade e, consequentemente o seu retorno financeiro com atividade leiteira.

Um controle importante também é manter a vacinação do seu plantel em dia, um correto processo de vacinação juntamente com sua capacitação, gera uma grande eficiência no controle das doenças do gado leiteiro. 

Ou seja, é preciso ficar atento à todas essas medidas pois, o gerenciamento indevido da saúde do rebanho leva a grandes perdas econômicas.

Quer estar preparado para identificar as principais doenças e enfrentá-las? Então, veja essa dica de sucesso:

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Curso de Administração Técnica e Econômica da Atividade Leiteira (Local: Belo Horizonte)

Fontes: Revista Veterinária e Fornari Indústria