Na agricultura irrigada, tanto a quantidade como a qualidade da água fazem toda a diferença para o êxito da produção e dos sistemas de irrigação. Porém, muitas vezes a tal avaliação acaba sendo negligenciada na elaboração dos projetos. O que pode levar a diversos efeitos indesejados, como, por exemplo, a perda de produtividade.
Por isso, para garantir o sucesso plantio e não comprometer o desempenho dos equipamentos é muito importante realizar a avaliação da qualidade da água.
Neste artigo vamos explicar a importância de realizar essa etapa na irrigação, os riscos de usar água inapropriada, como analisar e quais os parâmetros mais comuns. Confira!
Importância da avaliação de qualidade
Infelizmente no Brasil pouco se fala sobre a qualidade da água, como foco na irrigação, e nas poucas vezes que isso acontece apenas assuntos relacionados à salinidade são tratados. No entanto, é claro que esse fator é extremamente importante, afinal quando não controlado pode prejudicar a produção e até tornar as terras inférteis.
Porém, além da salinidade, os problemas com ferro, manganês e outros sólidos em suspensão devem ser levados em consideração.
Então, para garantir a qualidade da água é essencial realizar análises periódicas, além de investir em sistemas de separação de impurezas.
A análise é, portanto, fundamental para projetar, operar e dar manutenção nos sistemas de irrigação, pois ajuda a entender as características da água que está sendo utilizada e consequentemente a prever os problemas que podem ocorrer.
Riscos de usar água inapropriada
Inegavelmente, na elaboração do projeto de irrigação é fundamental se atentar para a avaliação da qualidade da água que será usada na irrigação. Caso contrário as consequências podem ser trágicas. Sendo assim, entre os principais riscos de usar água inapropriada estão:
- Possibilidade de contaminação da população que vai ingerir os alimentos que receberam aquela água;
- Entupimento das tubulações e seções de passagem;
- Redução da área de condução da água;
- Perda de pressão no sistema;
- Redução na vazão dos emissores;
- Desgaste de bombas e mangueiras;
- Depósito de argila no produto colhido;
- Formação de crostas;
- Saturação temporária da superfície;
- Elevação do pH;
- Baixa condutividade hidráulica;
- Falta de oxigênio para respiração radicular;
- Aumento de doenças e plantas daninhas.
Em casos mais graves a falta de análise pode até mesmo inviabilizar o sistema de irrigação como um todo.
Como avaliar a qualidade da água para irrigação
Os principais inimigos dos sistemas de tubulação são a salinidade, os íons ferro e manganês e as altas concentrações de sólidos solúveis.
Para avaliar a qualidade da água para irrigação é preciso observar os seguintes parâmetros:
- pH, Sólidos Suspensos, Na, K, Ca, Mg, Condutividade Elétrica e Índice SAR;
- Fatores microbiológicos: analisa coliformes totais;
- Nutrientes: N, P, S, Cu, Fe, Zn, Mn, B e Mo, visto que o excesso ou a falta podem causar desequilíbrios nutricionais e outros problemas como o entupimento do sistema de irrigação;
- Contaminantes: Pb, Cd, Cr, Ba, Hg e Al;
- Toxidade: analisa problemas que podem criar determinados íons acumulados nos tecidos das plantas;
- Sodicidade: analisa o risco de que se induza uma elevada Porcentagem de Sódio Trocável, com deteriorização da estrutura do solo. A alta concentração de sódio pode ocasionar formação de solos degradados e quedas na produtividade;
- Salinidade: esse critério de qualidade serve para avaliar o risco do uso da água ocasionar altas concentrações de sais o que pode diminuir os rendimentos dos cultivos e o efeito osmótico.
Mas atenção, para fazer a correta interpretação da qualidade da água para irrigação, os parâmetros analisados devem estar relacionados com seus efeitos no solo, na cultura e no manejo da irrigação. Isso porque eles vão ser necessários para controlar ou compensar os problemas relacionados com a qualidade da água.
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Fontes: