A anestesia é essencial em procedimentos veterinários cirúrgicos e na realização de alguns exames. No entanto, para que ela cumpra seu papel se suprimir a sensação ou sensibilidade a dor sem colocar a vida do animal em perigo é preciso fazer uma classificação de risco de anestesia em cães.
Em primeiro lugar, os procedimentos anestésicos agem por meio de um processo que causa depressão do sistema nervoso central a partir do uso de fármacos. Desse modo, esses medicamentos levam ao animal a um estado de inconsciência e uma resposta reduzida ou ausente a estímulos dolorosos. No entanto, mesmo que tais mecanismos neuro-hormonais sejam influenciados, o cão não está totalmente livre do risco anestésico.
Neste artigo vamos falar mais sobre os riscos de anestesias em cães e como fazer a classificação para evitar a perda da vida do animal. Boa leitura!
O que caracteriza risco da anestesia em cães?
Durante a realização da anestesia em procedimentos realizados em cães, os medicamentos utilizados para suprimir a sensibilidade à dor podem causar uma série de efeitos. Desse modo, os riscos anestésicos em cães mais comuns são:
- diminuição da pressão arterial;
- ventilação insuficiente com diminuição da oxigenação sanguínea;
- hipotermia, em especial em animais mais pequenos e cirurgias prolongadas;
- arritmias;
- anafilaxia;
- paragem cardiopulmonar.
Mesmo com a monitoração anestésica utilizada, ainda podem acontecer alguns erros. Muitos deles, decorrentes de uma classificação inadequada do risco de anestesia em cães.
Como evitar acidentes anestésicos?
Para fugir do risco de anestesia em cães e evitar acidentes é preciso ter atenção a alguns pontos. O principal é saber fazer uma avaliação pré-anestésica minuciosa, que deve incluir todos os exames médicos que forem necessários para atestar a saúde do animal.
Além disso, a monitorização de todos os parâmetros vitais pelo médico veterinário anestesista é obrigatório. Portanto, os seguintes sinais precisam estar em constante monitoração:
- temperatura;
- planos anestésicos;
- pressão arterial;
- atividade elétrica do coração;
- PVC (pressão venosa central)
Mais do que isso, é essencial que o anestesia tenha discutido com o profissional responsável pelo procedimento sobre o plano cirúrgico e possíveis complicações dependendo da classificação de risco do animal a partir da avaliação pré-anestésica.
Como é feita a avaliação pré-anestésica em cães
O objetivo da avaliação pré-anestésica é identificar fatores de risco individuais e desafios fisiológicos no animal. Dessa forma,visa minimizar, ao máximo, o risco de anestesia em cães.
Durante essa avaliação, os principais fatores que devem ser levados em conta são:
Histórico
Aqui, deve-se avaliar fatores de risco pré-existentes, respostas a eventos anestésicos anteriores. Também é preciso observar a sensibilidade a substâncias, medicamentos utilizados e condições médicas conhecidas
Exame físico
Antes da realização do procedimento é necessário fazer uma avaliação minuciosa que deve revelar fatores como sopro cardíaco, arritmia ou alterações pulmonares. Podem ser solicitados eletrocardiograma, ecocardiograma e raio X.
Idade
É importante destacar que quanto maior a idade do cão, maior o risco de complicações. Ao mesmo tempo, pacientes neonatos e pediátricos também merecem atenção especial
Raça
Não há dúvidas que algumas raças possuem condições como ausência de enzimas importantes, constituição atômica diferentes ou sensibilidade a certos tipos de medicamentos. Sobretudo os braquicefálicos.
Temperamento
A agressividade também pode pode prejudicar a avaliação ou torná-la impossível. Por outro lado, animais mais tranquilos minimizam os riscos tendo em vista que a avaliação é feita de forma completa.
Tipo de procedimento
Por fim, é preciso avaliar o nível de invasividade o tempo de duração, o risco de hemorragia e a predisposição à hipotermia de cada procedimento cirúrgico.
Como a CLASSIFICAÇÃO ASA pode ajudar?
A categorização de pacientes usando o Sistema de Classificação do Estado Físico da American Society of Anesthesiologists (ASA) fornece uma estrutura para avaliação do risco de anestesia em cães. Dessa forma, os doentes com um estado de ASA mais elevado têm maior risco de complicações anestésicas e requerem precauções adicionais para garantir um melhor resultado.
- ASA I – Paciente normal e saudável. Ex: Animais submetidos a procedimentos eletivos como OSH e orquiectomia.
- ASA II – Paciente com doença sistêmica leve. Ex: Animais neonatos ou idosos, obesos, gestantes, cardiopatas compensados.
- ASA III – Paciente com doença sistêmica grave. Ex: Animal desidratado, anêmico, caquético, com infecção.
- ASA IV – Paciente com doença sistêmica grave que é uma ameaça constante à vida. Ex: Animal insuficiente renal, insuficiente cardíaco descompensado, com hemorragia interna.
- ASA V – Doente moribundo, cuja expectativa de vida é de aproximadamente 24 horas, com ou sem cirurgia. Ex: Torção vólvulo-gástrica, choque, trauma grave.
Portanto, a classificação de risco para anestesia em cães é essencial para garantir a segurança durante todo o procedimento. Além de minimizar as complicações pós-cirúrgicas.
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Fonte: Cães&Gatos e Impulse Vet