Ultrassonografia em pequenos animais: 5 aplicações básicas na rotina clínica

ultrassonografia em pequenos animais

Não é novidade que ter um ultrassom veterinário deixou de ser apenas um diferencial passando a ser, também, uma necessidade. Afinal, cada vez mais os tutores estão em busca de diagnóstico rápido e preciso para seus animais de estimação. Nesse sentido, trabalhar com ultrassonografia em pequenos animais é um investimento que definitivamente vale a pena.

São diversas as aplicações do exame ultrassonográfico na clínica de pequenos. Por isso, nesse artigo vamos 5 das principais e ainda um bônus com informações sobre o efeito doppler. Confira! 

1. Diagnóstico gestacional precoce

A gestação nas cadelas e gatas dura aproximadamente 2 meses, dependendo do porte. Na maioria dos casos, resultando em mais de 1 filhote, sendo que cadelas podem facilmente ter mais de 10, enquanto a fêmea felina pode ter em torno de 7.

Justamente por se tratar de uma gestação múltipla, as fêmeas demandam cuidados especiais. Principalmente por que há uma demanda muito grande de nutrientes para que o desenvolvimento fetal aconteça da melhor forma possível. 

A ultrassonografia veterinária, portanto, é útil para  acompanhar o desenvolvimento dos fetos, a saúde dos órgãos reprodutivos e a rotina de atividades do animal. Além disso, dependendo das condições de saúde da mãe pode ser necessário avaliar a necessidade de interrupção da gestação. Isso, principalmente, em casos em que a sua vida está em risco.

Sendo assim, as vantagens da sua utilização para o diagnóstico de gestação em pequenos animais são:

  • detecção da gestação a partir de 20 dias do cruzamento;
  • estimativa da idade do feto (para casos em que não se sabe a data do cruzamento);
  • avaliar o desenvolvimento fetal bem como a formação de órgãos e tecidos;
  • estimar a quantidade de fetos;
  • observar se todos os fetos estão vivos.

2. Oftalmologia veterinária

A ultrassonografia em pequenos animais também é utilizada na oftalmologia, área que não para de crescer. Isso porque, quando esses animais alcançam a idade idosa, problemas relacionados à visão se tornam cada vez mais comuns. 

O problema é que determinadas patologias oftalmológicas costumam ser silenciosas. E, o que muitas vezes poderia ser tratado no começo, demora a ser percebida pelos tutores. O que faz a necessidade de exames de imagem ainda maior. 

Esse método apresenta diversas vantagens e uma alta taxa de precisão. Por essa razão, se mostra muito eficaz para diagnosticar de forma rápida, indolor e não invasiva as doenças oculares mais comuns em cães e gatos que são: 

  • Olho seco;
  • Glaucoma;
  • Úlcera de Córnea;
  • Catarata;
  • Doenças das pálpebras e cílios;
  • Conjuntivite.

3. Ortopedia veterinária

A ortopedia veterinária evoluiu muito e, com isso, fraturas nos pequenos animais podem ser diagnosticadas e tratadas de forma adequada (diferente de antigamente, quando os animais eram, muitas vezes, sacrificados). 

Os problemas ortopédicos podem ter causas variadas e são mais comuns em cães devido ao tamanho e o tipo de atividade. Além de quedas e lesões, eles podem surgir por origem genética ou degenerativa. Algumas das principais doenças  ortopédicas que acometem os pequenos animais são: 

  • artrose; 
  • ruptura do ligamento cruzado; 
  • displasia coxofemoral;
  • displasia de Cotovelo;
  • necrose Asséptica da Cabeça do Fêmur;
  • síndrome do Cão Nadador;
  • hérnia de Disco, entre outras.

Nesse sentido, a ultrassonografia veterinária fornece imagens multiplanares e em alta definição. Isso permite a visualização clara da ocorrência de fraturas, alterações nas articulações ou nervos. Portanto, é uma ótima aliada na ortopedia em pequenos animais pois, com o diagnóstico exato é possível prosseguir com o tratamento o quanto antes. 

4. Alterações gástricas

As alterações gástricas em pequenos animais, assim como nos humanos, são ocorrências comuns e podem ter causas variadas. No entanto, é preciso observar precocemente os sintomas para que a patologia possa ser tratada o quanto antes. Mantendo assim, a qualidade de vida dos animais. Uma das maneiras de identificar as alterações gástricas é por meio do diagnóstico por imagem, sobretudo com a ultrassonografia veterinária. As principais doenças que acometem os pequenos animais e que podem ser identificadas com auxílio do ultrassom são: 

  • Parasitas intestinais; 
  • Colite;
  • Indiscrição dietética;
  • Alergias alimentares e hipersensibilidades;
  • Doenças do pâncreas.

5. Doenças do trato reprodutivo

Outra aplicação da ultrassonografia veterinária em pequenos animais é no diagnóstico de doenças relacionadas ao trato reprodutivo, tanto das fêmeas quanto de machos. 

Em cães machos, a principal doença é a hiperplasia prostática, doença caracterizada pelo aumento da próstata. Ela acomete principalmente animais idosos e, apesar do caráter benigno, pode prejudicar muito a qualidade de vida dos animais.

Para identificar a doença, a ultrassonografia veterinária transabdominal é o exame complementar mais recomendado e utilizado. É um procedimento não invasivo e altamente sensível, que permite uma avaliação detalhada do tamanho e da morfologia prostática.

A ultrassonografia em modo B (preto e branco) permite a visualização das alterações nas glândulas parênquimas, tais como a presença de cistos e aumento do tamanho.

Já nas fêmeas, a piometra é uma doença frequente. Ela afeta sobretudo os animais com idade superior aos 5 ano. Trata-se de uma infecção uterina que ocorre durante o período do cio.

Nesse período o útero fica mais exposto e suscetível a ser contaminado por bactérias. Se não for diagnosticada e tratada corretamente, pode levar o animal a sérias complicações e até a morte.

No caso da piometra,  o melhor é agir de forma preventiva. No entanto, quando o diagnóstico é precoce, as chances de recuperação são bem maiores.

É preciso fazer uma anamnese do paciente, exame físico e exames laboratoriais. A ultrassonografia veterinária é um importante aliado para ver alterações e lesões na cavidade uterina como a piometra, mucometra, endometrite e hiperplasia.

Bônus: Efeito doppler na ultrassonografia em pequenos animais

Na ultrassonografia veterinária em pequenos animais, o doppler atua como um complemento. Enquanto o ultrassom produz imagens em movimento das estruturas e órgãos do corpo em tempo real, o recurso determina o sentido e a velocidade do fluxo sanguíneo. 

Isso é essencial na cardiologia veterinária pois fornece dados precisos da direção e velocidade do fluxo sanguíneo no coração e nos vasos. Com isso, permite a visualização das estruturas vascularizadas aumentando, assim, a eficácia do exame. Além disso, o conjunto formado pelo ultrassom veterinário com doppler permite medir a pressão intratorácica e fazer o mapeamento do fluxo sanguíneo a partir do uso de cores e identificar se algo não tiver indo bem.

Outras importantes aplicações do efeito doppler no diagnóstico em pequenos animais são: 

  • Doenças hepáticas; 
  • Vascularização dos testículos; 
  • Acompanhamento gestacional; 
  • Oncologia veterinária.

Viu só como são muitas as aplicações da ultrassonografia em pequenos animais? É importante destacar que, para fazer atendimentos completos, mais do que ter um ultrassom veterinário é preciso estar capacitado. Conhecer a fundo os recursos do aparelho e a anatomia interna do animal são essenciais para o sucesso. 

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Fonte: Blog do Mundo Veterinário

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