5 principais doenças bucais em cães e como atuar na prevenção

doenças bucais em cães

Um dos principais desafios encarados pela odontologia de pequenos animais é que ainda falta conscientização dos tutores a respeito das doenças bucais em cães. Esse tipo de problema, que pode ter origem variada, afeta a saúde dos animais e a sua qualidade de vida.

Geralmente os motivos que levam o desenvolvimento dessas patologias é a falta de atenção e cuidado dos tutores com a boca dos animais. O fato é que uma boa saúde oral contribui de forma decisiva para o aumento do conforto dos cães. Isso por que, as afecções orais além de transtornos estéticos podem ocasionar outros distúrbios de uma forma geral.

Além disso, cerca de 80% dos cães com mais de cinco anos de idade apresentam algum tipo de afecção oral mas, muitas delas são silenciosas. Por isso, é preciso que o tutor fique atento caso apresente algum sinal característico, como os seguintes:

  • mau hálito
  • corrimento nasal
  • perda de dentes
  • espirro frequente
  • gengiva avermelhada
  • dificuldade em se alimentar

Como as doenças bucais em cães se desenvolvem?

As bactérias que fazem parte dos microrganismos orais normais necessitam de um espaço curto de tempo para se desenvolver. Elas levam cerca de 48 horas para isso. Durante esse intervalo elas se organizam e formam a placa bacteriana. Desse modo, se não houver, nesse período uma higienização, a placa bacteriana adere ao dente. Em seguida, se inicia uma série de eventos que podem terminar em alguma afecção oral.

O tártaro e a infecção da boca contém diversas bactérias que, se não forem tratadas podem se espalhar pelo corpo e atingir outros órgãos com o tempo. Por exemplo, o coração, fígado, rins, trato intestinal e até as articulações podem ser afetadas em consequência de desordens orais.

Agora que você já sabe como as doenças bucais em cães se desenvolvem é hora de saber quais as principais. Abaixo, listamos cada uma delas, acompanhe:

5 Principais problemas odontológicos em cães

1. Lesões endodônticas

As lesões endodônticas são desencadeadas a partir da fratura dos dentes dos cães. Elas permitem que as bactérias entrem na parte interna do dente do animal, causando lesões no osso. Esses microrganismos podem não se limitar a boca e se espalhar pelo corpo inteiro do animal, infeccionando outros órgãos como os rins.

Podemos destacar que um fator que potencializa o aparecimento dessa afecção oral é a falta de hábito dos tutores de verificar o estado geral dos dentes dos cães, fazendo com as fraturas não sejam percebidas.

As fraturas não são exatamente consideradas como uma das doenças bucais em cães mas é um problema bastante comum. Isso porque existem diferentes formas dos animais fraturarem os dentes devido ao seu tipo de comportamento. O problema pode ocorrer devido a mordidas em alimentos muito duros ou ainda de forma acidental, em quedas ou brigas entre si.

Nesses casos, o ideal é que a fratura seja tratada assim que diagnosticada porque o dente quebrado, e exposto, pode se tornar uma porta de entrada para bactérias e um foco de infecção que pode se espalhar por todo corpo.

2. Gengivite em cães

A inflamação na gengiva, conhecida como gengivite tem como causa principal o acúmulo da placa bacteriana, que é formada quando um conjunto de bactérias são aderidas na superfície dos dentes. Visto que, o local preferido para tal agrupamento é o sulco gengival, a região entre a gengiva e o dente.

Além do mau hálito, os seus principais sinais incluem a gengiva vermelha inchada e sensível (que pode até mesmo sangrar) e aparência alongada dos dentes. Cães que possuem uma dieta à base de alimentos úmidos ou com muito carboidratos são mais suscetíveis ao desenvolvimento excessivos de bactérias.

O processo da gengivite ocorre de forma gradual. Ou seja, aos poucos a estrutura da gengiva vai sendo destruída. Nesse sentido, se não for tratada pode evoluir para a doença periodontal. Um caso mais grave, que provoca a disseminação das bactérias dos dentes e atinge a circulação sanguínea. Confira mais sobre o assunto em seguida!

3. Doença Periodontal

A doença periodontal não tem cura. Nela não só a região da gengiva é afetada, mas também os ligamentos que mantém os dentes e os ossos abaixo no lugar. Ela se desenvolve com a progressão da placa e da inflamação da gengiva e o tecido da boca do animal começa ser destruído.

Como consequência da doença ocorre a perda de dentes e o enfraquecimentos dos ossos que ocasionam fraturas na mandíbula e maxila. Em casos iniciais, uma limpeza é o suficiente para manter a saúde dos animais em dia. Já em estágios mais avançados normalmente é preciso uma cirurgia no periodonto para estacionar a lesão.

Quer saber mais sobre a doença periodontal? Confira o nosso artigo em que explicamos mais em detalhes sobre o tema: Doença periodontal: Saiba como diagnosticar e tratar

4. Dentes de leite (decíduos) persistentes

Outra doença bucal em cães é a persistência de dentes de leite, ou decíduos. Este problema ocorre quando não há queda dos primeiros dentes e, consequentemente, não há espaço para o crescimento dos dentes permanentes.

Infelizmente não é um problema que possa ser prevenido mas, ao ser diagnosticado de forma precoce pode ser tratada de maneira que permita que a dentição permanente do animal se desenvolva corretamente.

5. Tumores

Devido a maior expectativa de vida dos cães, eles tendem a ter também uma incidência maior de tumores. Um deles é o tumor na boca, que surge com mais frequência em animais com idade avançada. Nesses casos, quanto antes o problema for tratado, melhores as chances de recuperação.

Como atuar na prevenção de doenças bucais em cães?

A melhor maneira de realizar a prevenção das doenças bucais em cães é incentivar que os tutores realizem a escovação dentária diária. Uma vez que, o simples ato de escovar os dentes promove a desestabilização da placa bacteriana e como consequência evita seu desenvolvimento.

Outra forma de prevenção orientar quanto ao tipo de alimento oferecido ao cão, deixando clara a importância da escolha de alimentos saudáveis. Durante as consultas de rotina, sempre verifique a necessidade de uma avaliação oral mais completa. Com isso, será possível identificar alterações bucais ainda no início, aumentando as chances de um tratamento bem-sucedido.

Agora que você, médico veterinário, sabe de tudo isso deve estar se perguntando sobre o mercado na área de odontologia em pequenos animais, não é mesmo? Bom, já podemos adiantar que essa é uma área cuja demanda está crescendo muito. Isso por que, cada vez mais, os tutores buscam por médicos veterinários que ofereçam serviços mais completos.

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Fonte: Canal do Pet IG e ID med

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