Inseminação artificial transcervical em ovinos

Para elevar os índices reprodutivos do rebanho, assegurar melhor qualidade e lucro várias técnicas de manejo são adotadas. Entre elas a inseminação artificial.

Através do uso do sêmen congelado pode-se elevar a relação macho-fêmea de 1 para 25, para infinitas fêmeas, além de permitir imortalizar o material genético do reprodutor por gerações, vencer barreiras geográficas, e dar margens a exploração comercial desse material.

Na inseminação artificial por via transcervical tem-se variados índices de fertilidade, influenciados por vários fatores, entre eles, o local de deposição do sêmen, a dose inseminante, o momento da inseminação, o número de inseminações por estro, o processamento do sêmen, e as características peculiares às fêmeas, destacando-se as características anatômicas da cérvice, a qual se apresenta como anéis excêntricos e com reduzido diâmetro de orifício, dificultando a identificação e passagem de instrumentos.

Vários métodos foram testados buscando amenizar as dificuldades encontradas durante a inseminação.

Segundo a pesquisadora Embrapa Caprinos, Hévila Oliveira Salles, pensando nessa limitação da inseminação artificial em ovinos e visando obter maiores índices de deposição de sêmen no espaço intra-uterino, a equipe de reprodução da Embrapa Caprinos buscou avaliar um protocolo de inseminação, o qual consiste em fixar a cérvice, tracionar a mesma até a abertura vulvar e manipular a pipeta de IA através dos anéis cervicais. Adotou-se pipeta miniaturizada e testou-se dois métodos de contenção das fêmeas, brete e maca, bem como o efeito da administração de cloridrato de bromexina na passagem da pipeta através da cérvice, substância que supostamente facilitaria sua passagem. Entre os métodos, não se observou diferença. Obteve-se um índice considerável de passagem cervical completa nas ovelhas multíparas e primíparas (33,0%) em relação às nulíparas (0,0%), porém, os resultados de fertilidade foram baixos (19,66%), levando a acreditar que o maior empecilho para a I.A. pela via transcervical em ovelhas não seja a cérvice, isoladamente.

Assim, a inseminação artificial principalmente quando feita com o uso de sêmen congelado visa aumentar a produção e melhorar a descendência pela introdução de genótipos superiores. A inseminação artificial transcervical é de fácil execução e menor custo, porém até o momento apresenta índices inferiores e de grande oscilação. A morfologia cervical ovina é a principal limitação à realização da IATC, pois é tortuosa, restringindo a passagem de aplicadores.

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