A crise financeira mundial gerou desvalorização da moeda brasileira, elevando as exportações, por ficar mais compensadora para os importadores. Segundo o professor titular do Departamento de Economia Rural da UFV (Universidade Federal de Viçosa), Erly Cardoso Teixeira, “as exportações do agronegócio respondem por mais de 40% da pauta brasileira e esse cenário poderá fazer com que aumente o volume demandado”. Por outro lado, os produtores encontram um cenário mais difícil com a moeda norte-americana, valorizando ainda mais os insumos e pesando na renda. Com isso, os preços dos fertilizantes, que já estavam em alta, devem continuar a subir no mercado. "Enquanto ocorre aumento no saldo da balança comercial do agronegócio, a renda de quem produz vai sendo mais achatada", avalia Teixeira. De acordo com ele, o problema está concentrado no crédito particular, que gera incertezas e não dá margem para nenhuma previsão para um futuro imediato. "O crédito oficial, por sua vez, não terá diferença, pois já estava estipulado para atender o setor produtivo. Agora, queremos saber até que ponto o crédito para o produtor foi afetado."