A crise financeira que abala o mercado norte-americano terá pouca influência sobre o agronegócio brasileiro. É o que acreditam alguns analistas. Outros afirmam que é cedo para uma análise das conseqüências. Em uma coisa analistas e produtores concordam: a alta do dólar em relação ao real dará novo fôlego ao agronegócio, principalmente porque esse setor depende das exportações. "Essa crise internacional vai passar ao largo da agroindústria brasileira", afirma Victor Abou Nehmi Filho, gerente da Sparta. A análise de Nehmi se baseia em duas pontas. No que se refere aos grãos, os estoques continuam baixos e a demanda dos países emergentes vai continuar. Portanto, mesmo com a recente saída dos fundos de investimento do mercado – o que derrubou os preços das commodities –, ele acredita em uma parcial recuperação. Os preços não voltam aos picos atingidos, mas ficam em patamares intermediários: US$ 6,00 por bushel de milho (25,4 quilos) e US$ 12,50 por bushel de soja (27,2 kg).