A erliquiose canina, também conhecida como doença do carrapato é uma enfermidade infecciosa generalizada e séria. Seu principal vetor é o carrapato marrom, Rhipicephalus sanguineus, que abriga e transporta verdadeira causa do problema: a bactéria Ehrlichia Canis. Logo após, cair na corrente sanguínea, ela se replica nas células de defesa (glóbulos brancos) causando destruição não só nelas, mas também nos glóbulos vermelhos e plaquetas.
Quando o pet é contaminado fica extremamente debilitado e pode apresentar outras doenças secundárias, já que o sistema de defesa está funcionando mal. Apesar de, atingir mais comumente os cães, as bactérias podem afetar também gatos e seres humanos, causando altos danos à saúde.
Mesmo o vetor, carrapato marrom, ser o principal transmissor da doença, muitos tutores negligenciam quando seu pet está parasitado por carrapatos. Pois, a maioria ainda acredita que o pior problema que pode acontecer é que ele tenha alguma reação alérgica e passe a se coçar. Entretanto, a erliquiose canina é muito mais séria, confira nesse artigo todos os detalhes!
Fases da erliquiose canina
Assim como todas as doenças que atingem o sistema imunológico, o prognóstico da erliquiose canina não é o mesmo em todos os pets. Ou seja, os sinais podem ser variáveis de acordo com a gravidade da infecção, resposta do organismo e até a espécie de carrapato envolvida no caso.
Quando o animal é picado pelo parasita infectado, a doença fica em período de incubação que dura entre 7 a 21 dias. Nesse tempo, a bactéria se multiplica enquanto o organismo do animal tenta vencer a doença. Mas, quando seu sistema defensivo não consegue combater a bactéria, os sinais clínicos da doença ficam mais evidentes de uma a três semanas após a picada.
Em geral, a doença pode ser dividida em 3 fases:
Fase aguda
Nessa etapa, o animal acometido ainda pode transmitir a doença e é possível que se encontre carrapatos em seu corpo. Mas, raramente a infecção é notada nesse período, pois as manifestações clínicas são brandas e inespecíficas. No entanto, as células de defesa do pet já tendem a cair.
Na fase aguda da doença, os principais sinais clínicos são:
- Febre;
- Vômitos;
- Fraqueza;
- Falta de apetite;
- Dificuldade respiratória;
- Sangramento pela narinas;
- Presença de sangue na urina;
- Manchas avermelhadas na pele.
Normalmente, o tutor do pet só consegue identificá-la na sua segunda fase, veja mais detalhes desse estágio em seguida.
Fase subclínica
Esta etapa pode durar de 6 a 10 semanas, mas alguns animais podem apresentá-la em um período ainda maior. Geralmente, o cão não demonstra nenhum sinal clínico, mas em alguns casos pode apresentar:
- cegueira;
- sangramentos;
- perda de apetite;
- mucosas pálidas;
- inchaço nas patas.
Durante esse período a bactéria persiste no organismo do animal, que pode culminar em dois desfechos ou o corpo do animal elimina o agente causador ou a bactéria se espalha por vários órgãos, causando a terceira fase da doença.
Fase crônica
Nessa fase, o paciente apresenta, de forma enfraquecida, os mesmos sinais clínicos que na etapa anterior. O fator que mais chama atenção aqui são as infecções secundária que podem ocorrer devido ao enfraquecimento do sistema de defesa. Por exemplo, o animal pode apresentar pneumonias, diarreias e problemas de pele.
Ainda mais, a erliquiose canina começa a assumir características de uma doença auto-imune, comprometendo o sistema imunológico do animal, nesta etapa os sinais são:
- anemia;
- cansaço;
- perda de peso;
- sangramento crônico;
- abdômen sensível e dolorido.
É importante levar o pet ao médico veterinário caso ele apresente qualquer um dos sinais citados. Principalmente, pelo fato da erliquiose canina ser confundida com a cinomose.
Tratamento
Após a realização do diagnóstico, o animal pode ser curado independente da fase na qual a doença foi identificada. Mas, é importante lembrar que assim como muitas doenças, o diagnóstico precoce é fundamental para que o tratamento seja ainda mais eficaz, além de diminuir as sequelas. Pacientes tratados na fase inicial apresentam melhora no quadro clínico após 24 a 48 horas do início do tratamento.
O tratamento da erliquiose canina pode durar de 21 dias a 8 semanas, em muitos casos, ele é realizado à base de medicamentos antibióticos. Às vezes, dependendo do estado de saúde do animal, para que haja uma reversão do quadro clínico também é necessário complementá-lo com transfusões de sangue.
Como prevenir a erliquiose canina?
Ainda não existem vacinas contra essa enfermidade, a prevenção deve ser baseada no controle do vetor da doença: o carrapato. Sendo assim, o tutor pode utilizar produtos carrapaticidas de uso utópicos ou banhos de imersão regulares que são muito eficazes.
Além da aplicação de produtos anti-carrapatos no animal, outras medidas também pode ser tomadas, tais como:
- manter a grama sempre curta;
- desinfetar periodicamente o ambiente onde o animal vive;
- não deixar o animal em contato com outro cão infectado, pois poderá haver outro carrapato no local.
E você, médico veterinário, já atendeu algum paciente com a doença do carrapato? Então, conte aqui para gente como foi nos comentários!
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