Em viagem a China em outubro de 2009, o governador André Puccinelli reuniu-se com lideranças políticas e empresários do país asiático no intuito de firmar relações comerciais e estreitar parcerias. O primeiro resultado desta ação já começa a aparecer. A Embaixada Brasileira em Pequim, capital chinesa, enviou documento ao governo do Estado em que reconhece as áreas livres da febre aftosa do Brasil, de acordo com a Organização Internacional e Epizootias (OIE). Mato Grosso do Sul está incluído na lista, pois recuperou o status de área livre com vacinação em julho de 2008. Com o reconhecimento, o Estado tem passe livre para exportar carne bovina ao principal mercado consumidor do planeta, com população de 1,3 bilhão de habitantes. De acordo com o documento assinado pelo Embaixador Clodoaldo Hugueney, “com a elevação do padrão de vida, o consumo de carne tem aumentado na China”. O embaixador ressalta ainda o potencial da produção agropecuária brasileira e “espera-se para os próximos anos um grande crescimento das importações chinesas de carne”. “É muito importante para o Brasil e para Mato Grosso do Sul este reconhecimento. A China é um mercado potente e que está começando a consumir carne bovina, o que não era tradicional. Ficamos satisfeitos e esperançosos para conquistar este mercado”, afirma Tereza Cristina Correa da Costa Dias, secretária de Produção e Turismo. Segundo Tereza, a aprovação por parte das autoridades chinesas é um momento de coroamento. “Isto prova que os esforços para erradicar a febre aftosa surtiram resultados, que parecem muito promissores”. No Estado, a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) é quem desenvolve a campanha de vacinação do rebanho, estimado em 22 milhões de animais. No ano passado, uma missão chinesa esteve no Estado, visitando propriedades e conhecendo o sistema de produção. A secretária dá como fatores determinantes para a decisão da China as ações de controle e trânsito de animais, sobretudo em regiões de fronteira, e qualidade da carne. Atualmente, Mato Grosso do Sul é o 2º no Brasil em rebanho de fêmeas. Das 4.424 toneladas de carne bovina importadas pela China em 2008, 55% vieram da Austrália, 40% do Uruguai e 5% da Nova Zelândia, com o Brasil exportando apenas 33 toneladas. No primeiro semestre do ano passado, foram importadas 6.001 toneladas, sendo 412 do Brasil. Credenciamento Para poder exportar ao mercado chinês, o produtor rural deve apresentar conjunto de informações técnicas e documentos, de acordo com o solicitado pela Administração Nacional de Certificação e Acreditação da China (CNCA). Os dados solicitados são enviados ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que encaminha ao CNCA. Dependendo da avaliação do departamento chinês, a aprovação pode ser imediata, bem como podem ser solicitadas informações complementares. Porém, as autoridades sanitárias da China podem realizar visitas in loco, para examinar as condições do estabelecimento que está se credenciando. Ainda de acordo com a Seprotur, uma missão chinesa deve retornar ao Estado em 2010 para habilitar as plantas frigoríficas de Mato Grosso do Sul com condições para exportação.