O Departamento de Agricultura dos EUA anunciou nessa terça-feira que a safra de milho neste ano deve ficar em 12,3 bilhões de bushels (unidade de medida equivalente, no caso do milho, a 25,4 quilos), 6% abaixo da safra que foi registrada em 2007, 13,1 bilhões de bushels. A estimativa dos analistas era de uma safra de 11,939 bilhões neste ano. A estimativa divulgada nessa terça-feira (12-08) é superior á de 11,715 bilhões de bushels anunciada há um mês. Segundo o governo, o clima favorável ajudou o plantio no meio-oeste do país, após as enchentes registradas na região. A estimativa para este ano, se realizada, também deve ficar 17% acima da produção de 2006. A produção por acre deve ficar em 155 bushels, 3,9 bushels acima do registrado no ano passado e acima da previsão de julho, 148,4 bushels. No ano, a colheita deve ser feita em 79,3 milhões de acres, contra a previsão anterior, de 78,9 milhões. A plantação de milho foi atrasada em boa parte do chamado "corn belt" ("cinturão do milho", que reúne os Estados de Iowa, Indiana, Illinois e Ohio, além de partes de Dakota do Sul, Nebraska, Kansas, Minnesota, Wisconsin, Michigan, Missouri e Kentucky) e outras regiões produtoras devido às chuvas e às baixas temperaturas entre março e abril. O estoque de milho deve chegar a 1,576 bilhão de bushels em 1º de setembro deste ano (antes da colheita), segundo o departamento, contra a previsão anterior de 1,598 bilhão e acima do 1,304 bilhão no mesmo período de 2007. A produção mundial de milho para a safra 2009 (que começa em 1º de outubro deste ano) deve atingir o recorde de 789,6 milhões de toneladas, contra 775,3 milhões previstos há um mês. O departamento prevê que a indústria de produção de álcool deve consumir 4,1 bilhões de bushels, 37% acima do consumido no ano passado. Os EUA são acusados de contribuir para a inflação dos alimentos nos últimos meses, que se deteriorou para um cenário de crise, devido à utilização do milho para a produção de combustível. Em junho, a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, na sigla em inglês) informou em um relatório que "os biocombustíveis são um fator significativo nos recentes aumentos do preço de commodities". "Os preços do milho e de sementes duplicaram no último ano, enquanto o aumento da demanda e a competição por terras exerceram pressões para cima nos mercados por culturas de substituição", diz o texto.