No açougue, a dona de casa compra menos carne de boi do que antes. Os pequenos e médios frigoríficos lutam com os grandes para conseguir comprar gado a um preço razoável. O produtor, que muitos pensam que está rindo à toa com a arroba valorizada, aproveita o momento para pagar dívidas, arcar com a alta no preço dos insumos e estabilizar a atividade. A falta de rebanho no mercado tem pressionado o preço da arroba e sacudido toda a cadeia da carne. O pecuarista mineiro, que ao final de 2006 recebia cerca de R$ 55,00 pela arroba, hoje recebe R$ 88,00. Especialistas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), FAEMG e do setor produtivo afirmam que, a despeito da baixa oferta de gado no mercado, não há risco de desabastecimento. Segundo as estimativas, o preço da carne deve se manter nos patamares atuais. "O produtor não tinha rentabilidade nos últimos anos. Com preços mais altos, a oferta pode melhorar e se encontrar um ponto de equilíbrio quanto aos preços. Essa alta ao consumidor não pode ocorrer de forma descontrolada porque senão ele pára de comprar", diz o pesquisador Sérgio Dezen, do Cepea.