Cooperativismo: Mapa estimula desenvolvimento dos 13 ramos do setor

O sistema cooperativista é reconhecido como um modelo socioeconômico baseado na união de pessoas, capaz de integrar desenvolvimento econômico e bem-estar social. Em todo o mundo, é referencial de participação democrática, solidariedade, independência, justiça social e autonomia. No Brasil, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) é a instituição do governo federal responsável, há 44 anos, pela difusão desses valores, fundamentais para a economia do País. “Num país com dimensão continental, como o Brasil, as diferenças regionais são marcantes do ponto de vista da distribuição e concentração da riqueza. O cooperativismo é o único meio de gestão pública capaz de agregar cada vez mais pessoas no processo econômico, fazendo com que elas trabalhem e compartilhem ganhos”, declarou o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Mapa, Márcio Portocarrero. A atuação do ministério abrange o fomento, promoção e definição das políticas públicas dos 13 ramos do cooperativismo, não se restringindo ao setor agropecuário. As ações do governo federal, em cada ramo do segmento, incluem desde a qualificação da mão-de-obra até a melhoria do processo de gestão das cooperativas. O presidente da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Márcio Lopes de Freitas, reconhece o trabalho que o Mapa vem desenvolvendo, no ramo do cooperativismo, ao longo de quase cinco décadas. “Neste momento de comemoração dos 148 anos do Mapa, o Sistema OCB manifesta o seu reconhecimento por uma história de construção e apoio do ministério ao setor agropecuário, em especial ao cooperativismo”, declarou. Ele também destacou a atuação de lideranças do Mapa como defensores do cooperativismo na esfera federal e a promoção de pesquisas e políticas agrícolas que incentivam todo o setor. O diretor do Departamento de Cooperativismo e Associativismo da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Mapa (Denacoop/SDC), Paulo Roberto da Silva, destaca três programas em execução nos últimos cinco anos: o Programa de Desenvolvimento das Cooperativas das Regiões Norte e Nordeste (Norcoop), o Programa Nacional de Desenvolvimento da Agroindustrialização de Cooperativas (Interagro) e o Programa de apoio à Integração Cooperativa no Mercosul (Prosul). Norcoop – Iniciado em 2004, o Programa de Desenvolvimento das Cooperativas das Regiões Norte e Nordeste já beneficiou mais de duas mil cooperativas distribuídas em 16 estados. O programa atua na melhoria da qualidade de vida e na elevação da renda dos produtores por meio do fortalecimento e reestruturação do cooperativismo nas duas regiões. Interagro – Nos dois anos de execução do Programa Nacional de Desenvolvimento da Agroindustrialização de Cooperativas, já foram disponibilizados mais de R$ 2 milhões para apoio à formação de novas agroindústrias cooperativadas, aplicação de procedimentos de intercooperação e alavancagem de recursos para o cooperativismo agropecuário. O setor é responsável por 30% da produção de grãos do País, com um faturamento de cerca de R$ 25 bilhões. Prosul – Com o objetivo de promover a integração do cooperativismo entre os países do Mercosul, o Prosul tem contribuído, desde 2003, para a articulação dos aspectos legislativos e regulamentares das atividades produtivas do cooperativismo entre os países desse bloco econômico. Também oferece suporte técnico e financeiro à participação brasileira na Reunião Especializada de Cooperativas do Mercosul (RECM). Neste segundo semestre, o Prosul adquiriu maior destaque já que o Brasil ocupa a presidência Pro Tempore do Conselho do Mercosul. De acordo com Paulo Roberto, algumas ações promovidas pelo Denacoop são comuns a todos os programas que visam o desenvolvimento do cooperativismo. Um deles é o Cooperjovem, que incentiva a participação dos jovens brasileiros nos 13 ramos do cooperativismo. “O setor precisa da participação dos jovens na administração de projetos, planos de ação e também das próprias cooperativas. Eles trazem idéias novas e contribuições importantes para o segmento”, defendeu. Nessa mesma linha, encontra-se o Coopergênero, que promove a igualdade entre homens e mulheres no setor cooperativista. O programa apóia ações de capacitação e geração de renda, com base no desenvolvimento sustentável, estimulando a participação da mulher na cadeia produtiva. Dados da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), apontam 7,5 mil cooperativas vinculadas à organização. São 25 milhões de brasileiros atuando no cooperativismo de consumo, crédito, agropecuário, educacional, especial, habitacional, infra-estrutura, mineral, produção, turismo e lazer, saúde, trabalho e transporte. A Região Sudoeste é a que apresenta maior número de cooperativas e São Paulo é o estado que mais arrecada com as atividades do setor. (Cristiane Araujo)

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