A Rodada está por um fio, admite Amorim

"A Rodada Doha está por um fio." O alerta foi dado pelo chanceler Celso Amorim, ao deixar ontem a sede da OMC (Organização Mundial do Comércio) em plena madrugada e depois de 13 dias de impasse total. A esperança de um acordo na entidade se desfazia à medida que a reunião dramática entre os ministros entrava pela noite, com intransigências de chineses, indianos e americanos. "Não sabemos sequer se a Rodada está viva ou morta", afirmou um alto funcionário da entidade. Para muitos, o que se tenta agora é encontrar um culpado para declarar oficialmente o fim do processo. "O tempo está acabando", lamentou Amorim, que apresentou uma série de propostas para tentar romper o impasse. O centro do debate passou a ser a falta de um acordo entre EUA, Índia e China sobre o acesso para produtos agrícolas. O Brasil propôs um novo texto, para que o impasse fosse superado, que não prosperou. A Índia optou por tentar transferir a culpa de um fracasso sobre os americanos. As declarações enfureceram a Casa Branca. Coube a Amorim e ao diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, acalmar os ânimos e pedir que todos voltassem hoje para uma última reunião.

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