Dificuldade para se levantar, andar, mancar e ficar com a pata levantada pode ser um alerta para a presença de doenças articulares em cães. Essas enfermidades são queixas constantes de tutores nas clínicas veterinárias e podem afetar, e muito, a qualidade de vida e o bem-estar dos animais.
Uma vez que ainda não há tratamento que possa evitar ou reverter totalmente as alterações patológicas, o tratamento conservativo visa o alívio do desconforto e retardo do desenvolvimento das alterações degenerativas.
Sendo assim, médicos veterinários que atuam com pequenos animais devem estar atentos diante desses casos, propondo a melhor solução a partir de um diagnóstico adequado. Com o avanço da tecnologia, os exames se tornaram seguros e precisos para uma avaliação completa da articulação do animal.
Ao longo deste artigo vamos aprofundar no tema, conhecendo sinais, formas de diagnosticar e quais são as principais doenças articulares em cães. Saiba mais!
O que são doenças articulares
As articulações são estruturas que impedem o atrito dos ossos no ponto em que a parte distal de um osso se liga à parte proximal de outro. Elas são responsáveis por dar mobilidade ao corpo, sustentar o peso e dar estabilidade.
Assim, as doenças articulares atacam as articulações, ocasionando um desgaste da cartilagem. Além disso, estas doenças também podem causar alterações nas extremidades ósseas, bursas, tendões, ligamentos e na membrana sinovial, que é responsável pela lubrificação das articulações.
O impacto causado pela degradação da cartilagem causa dor e grande desconforto, podendo afetar a rotina dos cães.
Principais doenças que afetam as articulações dos cães
As patologias que mais acometem as articulações dos cães têm efeitos que variam de curto a longo prazo, além de poderem apresentar sintomas e causas diferentes. Entre as enfermidades mais comuns estão:
- Artrite;
- Artrose;
- Osteocondrose;
- Tendinite;
- Displasia coxofemoral;
- Luxação de patela.
Características das doenças articulares
Para além de saber as principais, é fundamental conhecer as características de cada uma. A artrite é uma inflamação aguda nas articulações. Já a artrose, também conhecida como osteoartrite ou doença degenerativa articular, é uma enfermidade crônica que degenera as articulações, pela progressiva redução da espessura da cartilagem, gerando um grande impacto mecânico no osso subcondral.
A osteocondrose é uma das doenças que mais comumente levam cães jovens, com idade entre três e nove meses, e de crescimento rápido à claudicação caracterizada pela degeneração cartilaginosa devido à alteração da diferenciação celular da mesma. Bastante comum tanto nos cães quanto nos seres humanos, a tendinite surge quando os tendões inflamam, se rompem ou ficam irritados.
Por fim, merecem destaque a displasia coxofemoral e a luxação da patela. A primeira, afeta geralmente os cães de médio e grande porte e é caracterizada pela degeneração da articulação do quadril. Já a segunda ocorre o deslocamento do joelho do animal, podendo se deslocar para a parte interna ou externa da perna. Pode ser diagnosticada com vários graus (1, 2, 3 e 4).
O tratamento dessas doenças podem variar, mas sempre terão como objetivo o alívio da dor e do desconforto do animal, a prevenção ou o retardo de novas alterações degenerativas e a restauração das articulações afetadas, visando um funcionamento regular e indolor da articulação. Assim, pode haver indicações de fármacos anti-inflamatórios e ômega 3, redução de peso, exercícios leves para a manter a mobilidade e força do animal e, em casos extremos, tratamento cirúrgico.
Causas e sinais clínicos de enfermidades articulares caninas
Com o envelhecimento, as doenças articulares degenerativas se tornam mais comuns. O aumento da expectativa de vida dos cães, e o número cada vez maior de animais com problemas de sobrepeso e obesidade, resultam na prevalência dos problemas articulares.
Entretanto, além desses fatores, outras situações podem colaborar para o aparecimento de enfermidades. Tais como: fraturas, traumas, luxações, movimentos repetitivos, deformidades angulares e até mesmo estresse.
Também não são raros os casos em que a hereditariedade influencia o surgimento de doenças articulares em cães. Algumas raças podem ser mais suscetíveis do que outras. Um exemplo disso é a maior propensão do Chow Chow, Dálmata e Labrador terem osteoartrite em algum momento da vida.
Por nem sempre demonstrarem os sinais clínicos diretamente vinculado ao local da dor, é importante ficar atento a mudanças repentinas no comportamento do animal, como a fadiga, por exemplo.
Para cães, além das mudanças comportamentais, pode-se observar também atrofia da musculatura, resistência para caminhar, se movendo bem menos dentro de casa também, lambedura frequente do local de dor, desconforto ou dificuldade para abaixar no momento de beber água ou comer, inchaço, vermelhidão no local da inflamação e dor aguda ou crônica.
Diagnóstico de doenças articulares em cães
Quando o médico veterinário supõe que o paciente pode estar sofrendo de um quadro de doença na articulação, ele deve, antes de mais nada, realizar uma anamnese completa. Raça, idade, sexo e histórico do animal devem ser de conhecimento prioritário, já que algumas afecções articulares são mais comuns em certos nichos de população.
Também é indicado uma inspeção visual e alguns testes locomotores específicos, como exames físicos nos quatro membros. Os hábitos do cão e também o seu peso devem fazer parte dessa análise geral.
Com essas informações em mãos é recomendado que seja feita uma radiografia. Este tipo de diagnóstico por imagem é um método não invasivo, barato e preciso para avaliar o sistema locomotor.
Radiograficamente, as articulações saudáveis apresentam simetria, espaço articular bem delimitado e ausência de reação óssea. Outros sinais radiológicos são o aumento do líquido sinovial, formação de osteófitos marginais, entesófito, erosão do osso subcondral, artrólitos, esclerose do osso subcondral e cistos ósseos subcondrais.
O exame radiográfico pode ainda ser aliado a outros diagnósticos por imagem, como a tomografia e a ressonância magnética. Ou seja, diagnosticar uma doença articular canina requer preparo e conhecimento das técnicas.
Que tal um curso de prática intensiva para você aprimorar a interpretação radiológica? O nosso Curso de Radiologia em Pequenos Animais – Interpretação Radiográfica irá te capacitar para oferecer diagnósticos seguros e precisos, garantindo alta rentabilidade nos atendimentos. Conheça mais clicando aqui!
Fontes: Vet Profissional; Vetnil; Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária FAMED/FAEF; Pet Love (link 1);Pet Love (link 2);Vet Smart; Shop Veterinário.
