A remoção do baço em cães, ou esplenectomia, pode acontecer de maneira parcial ou total, dependendo da conclusão do médico veterinário com base na patologia originada. Quando um cão passa por essa intervenção cirúrgica, é possível que um outro órgão assuma a função antes pertencentes ao baço, permitindo com que o animal ainda tenha uma vida tranquila.
No corpo canino, o baço atua como um reservatório de sangue, participa da resposta imune desempenhando funções na maturação e armazenamento de linfócitos, e participa da destruição de eritrócitos. Por este motivo é importante conhecer quais situações podem tornar a esplenectomia necessária e quais os cuidados são fundamentais para que o procedimento não apresente risco ao animal.
Veja ao longo deste artigo mais sobre a remoção do baço em cães e tire suas dúvidas.
Anatomia do baço canino
O baço é um órgão vermelho escuro, repleto de vasos sanguíneos, irrigado por artérias e veias esplênicas.
Seu formato é de tubo, longo e largo. Em cães filhotes, o baço tende a ser maior em comprimento (6,87 ± 0,03 cm) e largura (5,95 ± 0,07 cm) do que em gatos filhotes, por exemplo.
Porém, sua posição e tamanho variam conforme distensão do estômago ou quando se ingurgitar com sangue, se deslocando caudal e ventral no abdome, chegando até a entrada pélvica. A extremidade dorsal do baço está localizada do lado esquerdo do diafragma, passando entre o fundo gástrico e a parte cranial do rim esquerdo sob as últimas costelas. A parte ventral maior pode atravessar a linha mediana ventral até as cartilagens costais à direita
Além das funções citadas anteriormente, o baço também atua no sistema sanguíneo e na filtração do sangue, auxiliando esses processos. Sua polpa vermelha trabalha na formação de glóbulos vermelhos e também na retenção e armazenamento de proteínas imunes, os antígenos. Ainda, auxilia no armazenamento de sangue.
Quando a esplenectomia é indicada
O procedimento de remoção do baço pode ser recomendado pelo médico veterinário para casos em que o órgão esteja danificado ou doente, com chances de causar prejuízo aos órgãos próximos.
Quando se tratado de cães, as principais indicações para a realização de esplenectomia são casos de neoplasias esplênicas, com ou sem ruptura, traumas em que há ruptura do baço, com quadros de hemorragia ativa, torções esplênicas, alguns casos de anemia hemolítica e tumores.
Nem todo mundo sabe, mas esta última é uma enfermidade bastante comum em cachorros. Em alguns casos, o animal pode não apresentar nenhum sinal clínico, por isso os exames de rotina são sempre indicados.
Quando a intensidade e o tamanho do tumor vão aumentando, começam aparecer alguns sintomas. Tais como: vômito, letargia, febre, perda de peso, anemia, diarreia, aumento de urina, desidratação e taquicardia.
Já a ruptura de baço também é um quadro frequente, principalmente em animais velhos e de grande porte, como Labradores, Pastores Alemães e Golden, por exemplo. O sangramento característico do quadro pode ocorrer por pancadas, pela presença de nódulos, cistos ou até mesmo em tumores citados anteriormente.
Como é realizado o procedimento de remoção do baço em cães
Primeiramente, o médico veterinário deve assegurar a necessidade da remoção do baço através de uma série de exames. Entre os indicados estão raios-x abdominais, ultrassons abdominais e biópsias. Diante da confirmação do rompimento do vaso e com o cão estável para a anestesia, remove-se o órgão.
É importante lembrar que traumas produtores de hemorragia profusa para a cavidade abdominal e o vólvulo gástrico são emergências cirúrgicas.
Com o animal posicionado em decúbito dorsal, realiza-se uma laparotomia mediana pré- retro-umbilical. O baço é exposto fora da cavidade abdominal, protegendo esta última com compressas. Os vasos no hilo do baço são ligados com fios absorvíveis. Ao final, a cavidade abdominal é suturada de forma rotineira.
A esplenectomia pode ser parcial ou total. A parcial é indicada em animais com lesões traumáticas ou focais do baço para preservar as funções esplênicas. Já a total é o procedimento mais simples de se realizar em caso de tumor, torção, ruptura e anemia com mediação imune refratária ao tratamento clínico imunossupressor.
Riscos e cuidados durante a esplenectomia
De maneira geral, a esplenectomia é considerada um procedimento simples. Porém, como qualquer outra cirurgia, ela pode trazer alguns riscos ao paciente, como infecções que, em casos mais graves, podem evoluir para uma septicemia. Sangramentos e danos a órgãos vizinhos ao baço, como cólon, pâncreas e o estômago também são possíveis.
Logo, é imprescindível um amplo conhecimento em técnicas cirúrgicas por parte do veterinário. Além disso, o pré-operatório também é essencial para garantir que o cão terá condições suficientes de passar pelo procedimento.
Bem como o que antecede a cirurgia, os dias que se seguirão também devem ser cautelosos. É preciso monitorar o animal para possíveis hemorragias observando mucosas, a ferida cirúrgica no abdômen e o hematócrito. Nessa fase também são administrados analgésicos.
Normalmente, nos casos de cães submetidos ao procedimento devido a um quadro de hemoperitônio por ruptura do baço, o prognóstico é de reservado a bom. Já em tumores, o prognóstico vai depender do diagnóstico histopatológico. O órgão deve ser enviado para análise microscópica. Identificado o tipo de neoplasia que acometeu o órgão e considerando o histórico do paciente, o tutor terá uma resposta mais completa do prognóstico.
Tenha precisão em procedimentos cirúrgicos
Para além da remoção do baço em cães, uma cirurgia é um método de tratamento necessário e urgente, com risco de morte iminente caso o procedimento não seja realizado ou executado da maneira incorreta. Portanto, o médico veterinário que atua em cirurgia precisa ter conhecimentos que vão desde o reconhecimento dos sinais clínicos até a realização da técnica.
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Fontes: A, Ana Cristina. VET Profissional,Cobasi Blog,Pet Care, Curso de Cirurgias de Urgências em Pequenos Animais, Cães e Gatos Vet Food,S, Ivan F. Charas.
