O exame ultrassonográfico se tornou um recurso bastante utilizado na rotina clínica e hospitalar de animais. O investimento em tecnologia alavancou a modernização de aparelhos e, como consequência, o surgimento de funções que possibilitaram uma melhor qualidade e precisão nos resultados.
Entre algumas funcionalidades que merecem destaque estão os modos de imagem na ultrassonografia veterinária. Uma vez que as imagens obtidas durante o exame são informações em tempo real de diferentes partes do corpo, a busca pela otimização é um princípio básico do ultrassom.
Tão importante quanto conhecer os modos de imagem para proporcionar maior nitidez na avaliação, é o conhecimento teórico do médico veterinário que irá realizar a ultrassonografia. Ao longo deste artigo, faremos uma abordagem completa sobre o tema, apresentando os recursos mais utilizados no ultrassom veterinário e quais fatores podem influenciar na geração da imagem. Confira!
Formação da imagem no ultrassom
Apesar de parecer simples, o efeito da ultrassonografia está relacionado a alguns princípios físicos complexos. As imagens são obtidas a partir da reflexão do som (eco) pelas interfaces dos tecidos. Funciona assim:
Um gerador de sinal é associado ao transdutor. Os cristais piezoelétricos localizados no gerador convertem eletricidade em ondas de som de alta frequência. Estas são enviadas aos tecidos que se dispersam, refratam e atenuam as ondas de som em vários graus. Dessa forma, ondas de som que são refletidas de volta (ecos) são convertidas em sinais elétricos.
Esta reflexão é então processada por um computador que produz uma fotografia ou uma imagem em movimento em um monitor. As ondas são obtidas em uma frequência de um a vinte megahertz (MHz). Quanto maior a frequência, menor é o comprimento de onda e maior a atenuação da onda. Por isso, para analisar estruturas pequenas e mais superficiais a preferência deve ser por frequências mais baixas, já que essas atingem maior profundidade. Todavia, frequências baixas podem ter como desvantagem a perda de resolução.
Diferentes modos de imagem veterinária
Hoje em dia existem diferentes modos de imagem na ultrassonografia. Para escolher qual deve ser utilizado, cabe ao médico veterinário que irá executar o exame conhecer o objetivo pretendido ao analisar uma certa região do corpo do cão e do gato. Atualmente, os modos disponíveis nos equipamentos de ultrassom são o modo A, o modo B, o modo M e o modo Doppler.
Modo A
O modo amplitude, ou modo A, é o menos utilizado por ser o mais limitado. Entretanto, ainda é indicado para exames oftalmológicos, ajudando a determinar o tamanho e padrões de crescimento do olho, detectar a presença de tumores ou outras patologias.
Além disso, também pode ser empregado na ecoencefalografia da linha média para identificar a presença de lesões. A ultrassonografia em modo A é um método unidimensional, baseado na visualização da amplitude do eco em um osciloscópio.
Modo B
Conhecido como modo brilho, claridade ou apenas modo B, essa otimização produz uma imagem bidimensional através da combinação dos sinais do modo A em várias direções. Seu princípio se baseia em que cada eco devolvido é exibido na tela como um ponto. Assim, quanto mais brilhante for o ponto, maior será a intensidade dos ecos devolvidos.
O modo B está presente na grande maioria dos equipamentos de ultrassom para diagnóstico atualmente, sendo mais usado na obstetrícia, na região abdominal, com destaque para imagens do fígado, do baço, da vesícula biliar e dos rins, nos seios e em alguns pontos do coração.
Modo M
O modo M possui algumas características do modo A e algumas do modo B, como os ecos coletados em apenas uma direção e apresentados na direção horizontal do monitor e o brilho da linha mostrada modulado de acordo com a amplitude do sinal recebido, respectivamente. Este modo é utilizado para obter imagens de alta resolução, sendo indicado principalmente para avaliar estruturas de órgãos em movimento, como as cardíacas, por exemplo.
Modo Doppler
A ultrassonografia com modo doppler é um método mais recente que tem como objetivo fornecer informações em tempo real da arquitetura vascular e dos aspectos hemodinâmicos dos vasos sanguíneos examinados em diversos órgãos vitais. Durante um exame sob o efeito é possível determinar a presença, a direção, a velocidade e o tipo de fluxo sanguíneo. A técnica também auxilia na caracterização de massas tumorais.
O avanço na tecnologia possibilitou algumas variações como o doppler colorido, doppler pulsado e doppler de potência. O modo doppler é considerado com aplicações promissoras nas áreas de medicina interna, vascular e oncologia veterinária.
Fatores que influenciam na qualidade da imagem
A ultrassonografia veterinária é uma técnica moderna, não invasiva, precisa e de rápida mensuração. Apesar de muitas vantagens, a qualidade final do resultado depende de diversos fatores, a começar pelo equipamento.
Atualmente existem variados tipos de aparelho de ultrassom e investir em um mais moderno é importante para evitar prejuízos e ter todos os modos de imagem em um só lugar. Sem dúvidas, o custo-benefício a longo prazo é melhor. Nessa mesma linha, o tipo de transdutor que será utilizado durante o exame também influencia na qualidade de imagem da ultrassonografia veterinária.
Para além disso, a habilidade do médico veterinário e a maneira como ele prepara o animal para o exame também são pontos chaves para garantir sucesso e segurança para ambos. De nada adianta ter o melhor equipamento do mercado se não souber utilizá-lo na capacidade máxima.
Para uma correta interpretação das imagens é preciso saber otimizá-las da melhor maneira. O operador deve ter conhecimentos teóricos para ser capaz de avaliar padrões sonográficos e de artefatos de imagem com precisão. Ademais, é necessário conhecimento avançado também na anatomia dos órgãos animais bem como nos tecidos que serão avaliados.
Ou seja, uma otimização correta dos modos de imagem na ultrassonografia veterinária é fundamental para o resultado, desde que o profissional seja capacitado para executar as funções. Mantenha-se atualizado no mercado veterinário e aumente seus atendimentos com o exclusivo Curso de Ultrassonografia em Pequenos Animais.
Fontes: Shop Veterinário, Shop Veterinário 2, Shop Veterinário 3, Equipamentos Médico-Hospitalares e o Gerenciamento da Manutenção, Princípios físicos do Doppler em ultra-sonografia, Manual MSD.
