Problemas que envolvem o sistema reprodutivo de fêmeas costumam preocupar os pecuaristas, já que alguns casos podem ocasionar uma redução da fertilidade ou até mesmo uma infertilidade total. Para que esta não seja uma preocupação, médicos veterinários que atuam na reprodução equina devem conhecer as principais infecções uterinas em éguas.
Essas infecções são definidas como processos inflamatórios no útero da fêmea. Na espécie equina, a mais conhecida é a endometrite, tanto por ser comum quanto pelos seus riscos. Veja ao longo deste artigo como diferenciar as infecções uterinas de origem bacteriana e fúngica, além dos impactos que elas podem causar na reprodução equina.
Origem das infecções uterinas em fêmeas
O sistema reprodutor das éguas é constituído por barreiras físicas, representadas pela vulva, vagina e cérvix uterino, e biológicas. Ambas têm o objetivo de evitar que ocorram infecções do útero. Entretanto, quando há falhas em uma ou nas duas barreiras, a região pode ser acometida por bactérias ou fungos.
Um exemplo é a endometrite, definida como uma inflamação do endométrio uterino de caráter agudo ou crônico, que pode ser causada por algum tipo de microorganismo. Os principais agentes etiológicos desta afecção são a bactéria Streptococcus zooepidemicus ou os fungos Candida spp. e Aspergillus spp. Um longo período de cio, uma cérvice fraca como barreira, favorece a contaminação do tipo bacteriana.
Todavia, é importante ressaltar que nem todas as endometrites têm origem exclusivamente a partir de microorganismos. Ar, urina e até mesmo o sêmen, o espermatozóide e o plasma seminal podem ser causadores, principalmente após cobertura ou inseminação artificial.
Existem ainda alguns fatores predisponentes, tais como: idade, posição do útero, conformação perineal e ejaculação intra-uterina durante a cópula.
Diagnóstico e tratamento da endometrite
O diagnóstico da inflamação pode surgir a partir das manifestações clínicas da égua. É comum observar a presença de corrimento de muco pela vulva, útero flácido com aumento de volume, presença de líquido intra-uterino, retorno ao cio e perda embrionária.
Para concluir um diagnóstico é necessário uma série de análises, afinal é possível confundir os sinais apresentados com várias outras patologias. Portanto, deve-se analisar o histórico reprodutivo da égua juntamente com exames direto do sistema reprodutivo e complementares. Entre eles estão a palpação retal e ultrassonografia, citologia, cultura bacteriológica e biópsia uterina.
A partir da precisão do diagnóstico de infecções uterinas em éguas são indicados antibióticos locais ou sistêmicos e lavagens uterinas a administração de agentes embólicos que induzem a contratilidade uterina para sua limpeza.
Riscos das infecções uterinas nos rebanhos
Um caso de endometrite não tratado corretamente pode ter como consequência lesões no endométrio que afetam negativamente o desempenho reprodutivo das fêmeas equinas. Ter o mal no rebanho pode causar um impacto econômico relevante.
A endometrite equina é a principal causa de subfertilidade e infertilidade em éguas e com a indústria equina crescendo busca-se cada vez mais aumentar eficiência reprodutiva na espécie. Evitar que uma infecção uterina prejudique um período de monta é essencial para quem trabalha com reprodução e, principalmente, inseminação artificial, uma vez que as fêmeas podem apresentar essas inflamações após o procedimento.
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Fontes: Revista Veterinária, Shop Veterinário, CAMOZZATO. G. C, Anais do I Simpósio Internacional de Reprodução, Clínica e Cirurgia Equina do Rio de Janeiro.