Osteopatias em cães: como usar a radiografia como aliada ao diagnóstico?

Osteopatias em cães

Problemas relacionados à perda ou redução do desempenho ocasionados pelo crescimento anormal de tecidos nos ossos são osteopatias em cães. Pequenos animais podem sofrer com essas patologias em razão de fatores genéticos e, até mesmo, outras doenças correlacionadas. 

Neste artigo, entenda as osteopatias em cães, especificamente as diferenças entre os dois tipos. Saiba também como diagnosticar esses problemas por meio da radiografia, além de tratá-las.

Osteopatia craniomandibular

Nesse tipo de osteopatia, classificada como craniomandibular ou mandíbula de leão, há multiplicação óssea, sobretudo na camada mais externa, o que consequentemente aumenta a área. A prevalência é em ossos mandibulares e cranianos, bem como, em menor quantidade, na bula timpânica no ouvido.

Fatores genéticos em algumas raças aumentam a ocorrência do problema, fundamentalmente em raças Terrier (West Highland White terriers, Scotish terriers, Boston terriers, entre outros). Pode acometer tanto machos quanto fêmeas, nas fases anteriores ao período de puberdade (pré-púbere). Em outras raças, o desenvolvimento da síndrome pode ter relação com doenças infecciosas.

Sinais clínicos

Cabe salientar ser uma doença rara e autolimitante. Por isso, os cães costumam evidenciar os sinais clínicos entre três e oito meses. Com quatro meses, costuma-se resolver a patologia, contudo pode haver danos permanentes.

  • crescimento da região mandibular
  • anquilose
  • dores para abrir a boca
  • redução parcial do apetite
  • febre
  • produção excessiva de saliva

Por outro lado, há casos em que a osteopatia craniomandibular não interferiu na vida do animal. Por isso, a avaliação veterinária é essencial para saber o quadro do cão.

Osteopatia hipertrófica

Um dos tipos de osteopatias em cães é a hipertrófica. A doença recebe outros nomes como escorbuto canino, osteopatia metafisária, osteoartropatia hipertrófica pulmonar e Doença de Marie. Trata-se de um problema nos ossos de animais jovens em fase de crescimento, em geral, de raças de grande porte, em que se proliferam tecidos sobre a massa óssea.

Importante salientar que machos podem sofrer mais com casos de osteopatia hipertrófica em comparação com fêmeas. Entre três e quatro meses, os animais apresentam os sinais clínicos que evidenciam a doença. No entanto, pode acontecer o desenvolvimento do quadro em outras etapas da vida.

A causa não é definida e pode surgir de forma espontânea em razão da perda de trabéculas metafisárias nos ossos longos. Há estudos que associam a alta ingestão e concentração de cálcio e fósforo na alimentação como aspectos relevantes para o aparecimento da patologia. Outras razões ligam-se a problemas com vitamina C ou presença de microorganismos que causam infecções.

Por outro lado, a medicina veterinária já descobriu que a osteopatia hipertrófica surge em decorrência de lesões na cavidade torácica. As mais comuns que desencadeiam o problema são: colapso pulmonar, pneumonia, neoplasia primária, metástases, problemas cardíacos, bem como casos de neoplasias localizadas no abdômen em órgãos como bexiga, fígado, ovários, testículos, próstata.

Sinais clínicos

Os sinais clínicos da fase aguda da osteopatia ocorrem entre sete e dez dias. São eles:

  • aumento de volume nos membros
  • elevação da temperatura local
  • sensibilidade na região ao examinar por meio da apalpação
  • claudicação
  • dores
  • falta de apetite
  • perda de peso
  • dificuldade para levantar

Radiografia para diagnósticos de osteopatias em cães

A osteopatia craniomandibular canina, nos exames de radiografia, evidencia o crescimento da radiopacidade e volume mandibular e bulas timpânicas. 

Por atingir as diáfises e metáfises dos ossos longos, o exame de raio-x mostra que os pacientes com osteopatia hipertrófica têm novas formações de ossos em formatos de espículas, perpendiculares à cortical óssea.

Após a realização do exame radiográfico, é possível saber a extensão do problema, grau da lesão e quais serão as medidas de intervenção para resguardar o bem-estar animal. A depender do caso, recomenda-se a remoção das lesões primárias, como os tumores e neoplasias, uso de fármacos quimioterápicos, medicação para dor e fornecimento de dieta alimentar correta. A radiografia é também indicada para acompanhar a evolução do tratamento de osteopatias em cães.

Para diagnosticar osteopatias em cães e outras doenças ósseas, é fundamental investir em capacitação profissional para realização de radiografia. O Curso de Radiologia em Pequenos Animais – Interpretação Radiográfica tem aulas práticas para você aprender a interpretar os resultados com precisão. Além disso, investir em técnicas de imagem nas consultas traz maior rentabilidade. Venha estudar conosco.

Fontes: Petlove 1; Petlove 2 ; Pubvet 1 ; Pubvet 2; UFSM; UFMG.

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