Provavelmente, você já deve ter atendido pacientes com descamações visíveis na pele. Tratam-se de distúrbios de disqueratinização em cães e gatos, um problema encontrado frequentemente no cotidiano da clínica médica veterinária. Sua incidência pode ser por contração ou identificada desde o nascimento do animal.
A queratina é uma proteína essencial para a pele e é responsável pela proteção do animal. No entanto, distúrbios em sua produção podem acontecer em virtude do excesso ou diminuição da quantidade. Antigamente, a disqueratinização era chamada por seborreia e seborreia seca, variações classificadas mediante os sinais clínicos.
Vale destacar que o processo de descamação fisiológico é natural e faz parte da renovação das células. Porém, neste caso, não é um processo visível a olho nu durante uma avaliação.
Continue lendo este texto para conhecer os indícios mais comuns na pele que evidenciam mudanças na epidermopoiese, as causas que desencadeiam o problema e os procedimentos para tratamento.
Sinais clínicos e causas dos distúrbios de disqueratinização
Os distúrbios de disqueratinização geram descamações da pele, principalmente, no dorso do animal. Durante a consulta, deve-se considerar diferentes aspectos do cão ou gato, como a raça, idade, e aspectos da vida do animal, visto que todos esses fatores influenciam para o aparecimento do problema.
As escamações recebem nomes conforme seu tamanho, sendo:
- farináceas
- foliáceas
- furfuráceas
- micáceas
O histórico de vida do cão ou gato tem influência para atestar o diagnóstico preciso dos distúrbios de disqueratinização. Isso porque o animal pode ter ido para locais que são focos de doenças infecciosas e dermatológicas ou, ainda, ter apresentado outros sinais clínicos que promoveram a doença. Entre as causas, podem ser destacadas patologias infecciosas e aquelas que afetam o sistema endócrino.
Procedimentos recomendados para o bem-estar animal
É central que sejam usados exames adicionais para, de fato, precisar o quadro. Assim, o veterinário deve solicitar testes parasitológicos de raspado cutâneo para averiguar a presença de fungos, ácaros e bactérias.
Outro fator que precisa ser investigado é a presença de patologias endócrinas, das quais se destacam: hipotireoidismo, hiperadrenocorticismo ou problemas com a taxa de hormônios sexuais.
Quando o animal apresenta indícios de distúrbios de disqueratinização primário, ou seja, nos primeiros dois anos de vida, recomenda-se o uso de xampus específicos como forma terapêutica para tratá-los. É crucial saber que o tratamento controla o caso, mas não há solução definitiva. Por isso, o acompanhamento veterinário é imprescindível para melhorar a qualidade de vida.
Para distúrbios de disqueratinização secundários, isto é, aqueles que surgem por outros fatores e não são causas congênitas, o uso de xampus específicos é a principal solução.
Em qualquer caso, é um tratamento contínuo e que exige atenção e cuidados. Pode acontecer resistência aos princípios ativos dos xampus, por isso, a assistência clínica frequente é essencial.
Ser um especialista para lidar com distúrbios de disqueratinização é decisivo para atuação na clínica veterinária. Por isso, faça o Curso de Dermatologia em Pequenos Animais e aprenda a investigar patologias que atingem a pele e como prescrever o melhor tratamento.
Fontes: Agener União Saúde Animal; Vetsmart.